Cidade do campeão mundial e olímpico Ítalo Ferreira, Baía Formosa, no Rio Grande do Norte, virou ponto turístico do Brasil. Coisa boa para a cidade, coisa boa para os seus 9 mil habitantes, mas há um detalhe. O surfista contou que os fãs brincam com ele sobre o aumento dos preços para frequentar a região.
É bom ter um fluxo maior de pessoas em Baía Formosa. Isso é legal, bom para o turismo da cidade. O único ponto negativo de tudo isso é que as coisas estão ‘superfaturadas’ por lá, as pessoas falam que a cada título meu, o preço das coisas aumenta um pouquinho: pousadas, alimentação”, brincou Ítalo.
A cidade natal de Ítalo fica quase na divisa com o estado da Paraíba. Foi lá que o surfista começou a pegar suas primeiras ondas. Depois que Ítalo ganhou o Mundial de surfe em 2019, Baía Formosa ganhou destaque no mapa do Brasil. Em 2021, com a conquista da primeira medalha de ouro da história da modalidade em Olimpíadas, o município passou a receber muito mais visitantes.
Pessoas do mundo inteiro ficaram com curiosidade de conhecer onde o primeiro campeão olímpico começou a surfar. Ítalo também virou inspiração aos moradores e ganhou, inclusive, uma estátua por lá.
“Às vezes vou olhar as ondas, chego perto da minha estátua e, quando tem gente tirando foto, me aproximo para conversar. As pessoas não acreditam, ficam surpresas. É legal, porque aí tiram uma foto com dois Ítalos”, disse o surfista.
Mundial chegando
Recuperado da lesão no pé esquerdo, Ítalo garantiu que está pronto para o circuito mundial deste ano, que começa no próximo domingo. O surfista quer superar as temporadas passadas, quando passou raspando duas vezes pelo troféu da WSL.
Acredito que a pré-temporada em Noronha e no Havaí e a recuperação da lesão foram muito positivas para mim. A lesão me fez sentir muita coisa, principalmente na parte mental. Um mês e meio fora da água é difícil lidar. Eu dediquei muito tempo, com treinos na academia e cuidei da parte mental. Isso me fez estar bem mais confiante para essa temporada de 2023. Venho buscar o bicampeonato, ano passado cheguei bem perto e o “quase” é muito ruim às vezes. Desta vez, eu quero conseguir”, destacou o atleta.
Foram poucos os momentos em que Ítalo se afastou do mar. Quando falamos em um a dois meses parece tranquilo, mas quando se trata de um surfista que entra na água diariamente, o curto período afastado se transforma em uma era interminável.
“Teve uma lesão que eu sofri quando eu era bem criança, eu fiquei quase três meses fora da água. A mais recente, faz um tempo, foi em 2017, quando eu me machuquei na Austrália e fiquei dois meses longe. Isso é muito tempo para mim. Eu sou acostumado a surfar todos os dias. É quase que impossível ficar fora da água”, explicou Ítalo.
“Nessa última lesão, de agora, eu fui lá para a água com a prancha, mas só para entrar mesmo. Mesmo sem performar, estar no mar já ajudava. Eu ia bastante para a academia, onde fiz mais um treino de superiores, porque não conseguia trabalhar da cintura para baixo. Além disso, eu vi muitos vídeos para analisar o que errei na última temporada e o que poderia melhorar para finalizar melhor”, completou o surfista.
BOL