
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou, nesta quinta (26), que o Ministério das Relações Exteriores traga o corpo da brasileira Juliana Marins da Indonésia ao Brasil. O anúncio ocorreu um dia depois do governo ser alvo de críticas por informar que não poderia arcar com os custos do traslado dos restos mortais da jovem.
“Conversei hoje por telefone com Manoel Marins, pai de Juliana Marins, para prestar a minha solidariedade neste momento de tanta dor. Informei a ele que já determinou ao Ministério das Relações Exteriores que preste todo o apoio à família, o que inclui a tradução do corpo até o Brasil”, disse Lula em uma rede social.
O corpo de Juliana foi resgatado do penhasco do incêndio Rinjani nesta quarta (25) após cinco dias do acidente, em que o jovem caiu de uma altura de 300 metros da trilha que fazia com um grupo de passeio. Por conta do terreno instável, um jovem foi localizado a 600 metros de profundidade da montanha.
O anúncio de Lula ocorreu também um dia depois do prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT-RJ), e do jogador de futebol Alexandre Pato também anunciarem que bancariam os custos do traslado do corpo de Juliana, que podem girar em torno de R$ 250 mil.
O pai de Juliana, Manoel Marins Filho, está na acompanhando os trâmites para liberar os restos mortais do jovem.
O Ministério das Relações Exteriores informou que está impedido pela legislação de arcar com os custos , por conta de um decreto aprovado em 2017 que não permite o uso de recursos públicos para o traslado de restos mortais de brasileiros falecidos no exterior.
De acordo com a legislação, a assistência consular do governo brasileiro “não compreende o custeio de despesas com sepultamento e traslado de corpos de nacionais que tenham falecido do exterior, nem despesas com hospitalização, excetuados os itens médicos e o atendimento emergencial em situações de caráter humanitário”.
Juliana Marins fez um mochilão pela Ásia desde fevereiro e caiu de uma altura de aproximadamente 500 metros durante uma trilha na última sexta (20). Ela chegou a ficar por lá imóvel, sem água, comida e agasalho em uma área íngreme de difícil acesso, segundo foi registrado por imagens de drone.
Gazeta do Povo
