A mãe de Verônica, a funcionária pública Marli Ferreira Alves, que mora em Mococa, e a amiga da travesti, a transexual Ágata Lima, empresária do ramo de beleza em Ribeirão Preto, forneceram cópias de algumas dessas correspondências.
A travesti de 26 anos nasceu como Charleston Alves Francisco, mas usa o nome social de Verônica Bolina. As cartas foram escritas por ela no ano passado e neste ano dentro do Centro de Detenção Provisória (CDP), em Pinheiros, Zona Oeste da capital. Detida preventivamente, a maquiadora aguarda seu julgamento, ainda sem data prevista.
Apesar de ter agredido mais de cinco pessoas, Verônica ficou conhecida publicamente como vítima nas redes sociais. Isso porque em abril de 2015 fotos da maquiadora, com cabelos curtos, sem peruca, o rosto inchado, roupas rasgadas, descalça e os seios nus, enquanto estava com pés e mãos algemadas e era vigiada por policiais armados, vazaram na internet e acabaram compartilhadas no Facebook e WhatsApp.
O Ministério Público (MP) apura se ela foi torturada. Para a Defensoria Pública há indícios de tortura. Grupos LGBTTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) criticaram a exposição e criaram grupos de apoio na web, como o #somostodosveronica, que pedia a punição de quem tirou e compartilhou as imagens, além da libertação da presa.