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Sindsaúde irá denunciar secretário por prática antissindical contra a greve

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Nesta sexta-feira, os servidores da saúde de Natal foram até a Secretaria Municipal de Saúde, para buscar uma negociação sobre as três reivindicações da greve: salário em dia, correção da tabela salarial da Lei das 30 horas da Enfermagem e a implantação de adicionais e direitos negados (insalubridade, qüinqüênios, noturno, etc).

“Não estamos sequer pedindo a data-base vencida ou reajuste. Estamos pedindo o mínimo, que é receber em dia e ter os direitos implantados”, afirmou Célia Dantas, do Sindsaúde-RN. Além das reivindicações, o sindicato também questionou o secretário Luiz Roberto Leite Fonseca por ter anunciado que iria descontar os dias parados e por gestores estarem anotando os nomes dos que participam do movimento.

A audiência começou às 11h40, com a chegada do secretário. Após uma breve apresentação do sindicato, este falou longamente e afirmou que a Lei de Responsabilidade Fiscal impediria que a Prefeitura, em crise financeira, cumprisse com as obrigações com os servidores, como as 30 horas e os demais direitos negados. Em seguida, dedicou-se a atacar a greve, responsabilizar os servidores e o sindicato pela redução de atendimento e reafirmar que iria cortar o ponto. Em tom provocativo e autoritário, o secretário disse que “não deve haver greve em setor essencial” e que “quem quiser parar pode parar, mas vai ter o ponto cortado”.

Em seguida, Rosália Fernandes, do Sindsaúde-RN, iniciou respondendo as acusações do secretário e criticando a atitude de corte de ponto. O secretário interrompeu, contestando, e em seguida tentou impedir que o jornalista do sindicato gravasse a fala da sindicalista. A partir daí, teve início uma grande discussão, e os servidores decidiram ir embora.

“Não havia condições de diálogo. O secretário agiu de forma pensada, buscando o confronto todo o tempo. Já não basta ser desrespeitado ao ter o salário atrasado e ainda somos desrespeitados aqui. Luiz Roberto não admite que se faça greve. Ele quer o quê? Que fiquemos sem fazer nada, esperando a boa vontade do governo?”, questionou Rosália Fernandes.

O secretário alega que apenas quem estiver sem receber o salário teria direito de fazer greve. Como o salário foi pago no dia 11 para os que recebem até R$ 4 mil, estes não poderiam fazer greve, mesmo com o atraso. “É um absurdo. A greve não é um ato individual, mas coletivo. Ninguém pode sozinho se declarar em greve. É a categoria que está ou não. E a Prefeitura está sim cometendo a ilegalidade de atrasar os salários desde o início do ano, além de outras, como a não correção das 30 horas. O secretário está querendo legislar. Ele quer ser mais poderoso que o rei”, afirmou Simone Dutra, do Sindsaúde.

Os servidores se reuniram após a audiência e decidiram manter a greve, realizar uma nova assembleia na quarta-feira (23), às 08h, no Sindsaúde. O sindicato vai lançar uma campanha contra o corte de ponto, buscar o apoio dos demais sindicatos em greve, e irá denunciar Luiz Roberto Leite junto ao Ministério Público do Trabalho, por prática antissindical.

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