
Em depoimento gravado pelo 1º Distrito Policial de Guarulhos, na Grande São Paulo, Ana Paula Veloso Fernandes, apontada pela polícia e pela Justiça como “serial killer”, detalhou as mortes de quatro vítimas assassinadas por administração de veneno em alimentos. Apesar das confissões, ela admitiu participação direta em apenas dois casos.
No relato, Ana Paula descreveu o sofrimento de Neil Corrêa da Silva, de 65 anos, morto em abril em Duque de Caxias (RJ), afirmando ter acompanhado o momento em que ele ingeriu o alimento envenenado. “Ele tava comendo ainda e começou a passar mal, a se tremer, aí ouvi barulhos”, disse a acusada, referindo-se a duas colheres de uma preparação chamada “feijoada batida”, adulterada com “chumbinho”, veneno ilegal usado para matar ratos.
Segundo a investigação da Polícia Civil de São Paulo, a morte teria sido encomendada por Michele Paiva da Silva, filha da vítima, em conluio com Ana Paula e com assistência indireta de Roberta Cristina Veloso Fernandes, irmã gêmea da acusada. Michele foi presa no último dia 7 por suspeita de envolvimento.
Outras vítimas também constam no depoimento e nas denúncias do Ministério Público de São Paulo:
Marcelo Hari Fonseca – morto em janeiro, em Guarulhos. Ana Paula teria passado a morar com ele sob pretexto de alugar um quarto, mas adulterou os alimentos com veneno. O objetivo, segundo a acusação, seria apoderar-se do imóvel.
Maria Aparecida Rodrigues – morta entre 10 e 11 de abril, em Guarulhos. Havia vínculo de amizade com a acusada, que a conheceu por aplicativo de relacionamento. O crime teria como motivação incriminar o ex-namorado de Ana, o policial militar Diego Sakaguchi. Neste caso, a acusada nega participação direta.
Hayder Mhazres – morto em 23 de maio, na capital paulista. A vítima teria sido atraída por aplicativo e oferecida uma bebida adulterada com veneno. Segundo a polícia, Ana Paula buscava vantagem financeira, alegando estar grávida para reivindicar parte da herança. Ela também nega participação direta nesse caso.
O depoimento de Ana Paula durou três horas e foi gravado em vídeo. A acusada relatou sem demonstrar emoção o preparo dos alimentos, a ingestão parcial e o desenrolar da fraqueza das vítimas.
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