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SEM AVAL DO PAPA: Padres casados somam 7 mil no Brasil e lutam para voltar à Igreja Católica

SE HOUVESSE UMA POSIÇÃO FAVORÁVEL DO PAPA A ESSE PONTO, ELES PODERIAM CONSIDERÁ-LO UM PASSO A FAVOR NA LUTA PARA VOLTAREM A SER RECONHECIDOS. FOTO: ILUSTRAÇÃO/GETTY

A rejeição do papa Francisco em ordenar homens casados para atuação na Amazônia surpreendeu integrantes do MFPC (Movimento Nacional das Famílias dos Padres Casados). No Brasil, segundo a entidade, existem cerca de 7.000 padres casados.

Se houvesse uma posição favorável do papa a esse ponto, eles poderiam considerá-lo um passo a favor na luta para voltarem a ser reconhecidos na Igreja.

“Estamos mais preparados do que eventuais leigos que fossem ordenados a partir de agora para ajudar a Igreja”, afirma João Tavares, responsável pela comunicação no MFPC e vice-presidente da Federação Latino-Americana de Padres Casados, em entrevista ao UOL. “E muitos de nós gostariam de ajudar. Mas ainda não houve abertura para nós.”

Tavares conta que há conversas sobre o tema, mas ainda é cedo para pensar em uma resposta positiva. “Francisco está em diálogo conosco, sabe do problema, e nos pediu para ficarmos unidos e insistindo. Estamos na agenda dele, mas os bispos têm medo de nós que saímos, pois muitos somos muito mais preparados do que seus padres atuais da ativa”, afirma.

Hoje, o MFPC —que nasceu no fim da década de 1970— mantém a Associação Rumos, que foi fundada em 1986 para apoiar quem deixa a Igreja. “Em geral, saíamos de mãos abanando, sem conhecimento do mundo, quase todos sem diploma superior válido e tendo de lutar num mundo novo pela subsistência da sua família”, conta.

“Nada mais natural, portanto, que os padres que iam deixando o ministério sacerdotal tenham se buscado e encontrado para fazerem uma caminhada juntos, se apoiando e encorajando mutuamente, cultivando seus muitos valores comuns”, completa.

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