O reajuste acumulado de planos de saúde aplicados aos consumidores neste início do ano chegou a 49,8% . O cálculo é do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) que realizou simulações para avaliar o impacto nos consumidores da medida da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que determinou a suspensão temporária do aumento anual e por faixa etária entre setembro e dezembro de 2020.
Além do reajuste deste ano, os planos estão incluindo no boleto a cobrança que vai ressarcir as empresas do que não foi reajustado em 2020 . Os contratos que tiveram reajustes suspensos terão a recomposição desses quatro meses em 2021, em 12 parcelas iguais. O objetivo da medida era dar um alívio no bolso do consumidor em um momento de crise de saúde e na economia. Mas agora a conta pesa.
As diferentes modalidades de contratos apresentaram variação de 12,21% e 49,81% de aumento, entre janeiro do ano passado e o mesmo mês de 2021. O percentual mais alto, de quase 50%, foi verificado nos contratos coletivos de adesão e os empresariais, que sofreram reajuste anual e por faixa etária em 2020.
Os menores percentuais foram verificados nos planos individuais , cujo percentual de aumento é definido pela ANS. No ano passado, o índice foi de 8,14% . O pagamento retroativo referente ao período da suspensão somado ao aumento anual resultou na variação de 12,21% no valor da mensalidade.
Segundo dados da ANS, a cobrança de valores retroativos alcança 20,2 milhões (51%) dos mais de 47,6 milhões de usuários no país. Já os casos de sobreposição do reajuste por faixa etária e mais reajuste anual retroativo chegam a 5,3 milhões de usuários.
— Os consumidores estão enfrentando dificuldade para pagar o reajuste retroativo, e as empresas e usuários de planos individuais estão tentando mudar de cobertura. Os usuários estão muito endividados com redução de renda e fazendo sacrifício para se manterem adimplentes — destaca Teresa Liporace, diretora executiva do Idec.
iG