O policial militar de Pernambuco (PE), Valdi Barbosa, abertamente gay, conseguiu o direito de licença paternidade, feito inédito na PM. No mesmo mês em que um policial militar maranhense morreu após denunciar homofobia e tortura dentro da corporação, um sargento da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE), abertamente homossexual, conseguiu direito à licença paternidade por seis meses, para cuidar da filha. Caso é inédito na PMPE.
“Mostrei que minha família existe e preferi não me esconder”, afirmou o sargento.
A bebê Sofia é filha do PM Valdi Barbosa com o professor de inglês Rafael Moreira, e foi fruto de fertilização in vitro com barriga solidária. A licença paternidade foi obtida após o PM protocolar um requerimento, que passou por diversas secretarias dentro da corporação, depois foi encaminhada a Secretaria de Defesa Social do estado. Então, foi parar na Procuradoria-Geral de Pernambuco.PUBLICIDADE
O processo durou cinco meses, a tempo do nascimento da bebê Sofia. Junto ao período de férias do PM, o tempo total em que ele ficou afastado da corporação foi de oito meses. Ele conseguiu usufruir do benefício até o fim.
A sentença saiu em julho do ano passado, e foi assinada pela juíza do 4º Juizado Especial da Fazenda Pública da Capital, Nicole de Faria Neves.
“A gente briga muito por espaços, por direitos, e acho que foi um ato de desbravar mesmo. Era mais fácil dizer ‘a gente não vai ter direito, mesmo’. Mas a gente pensou: ‘Pode ser que a gente tenha direito’. Se não tivesse outra forma, contrataríamos uma babá. Seria o jeito. Mas, para a gente, era importante viver cada passo”, afirmou o marido do PM Valdi, Rafael.
A bebê Sofia foi gestada na barriga da irmã de Valdi, com óvulos de uma doadora anônima e esperma do irmão, após a terceira tentativa. O processo todo foi registrado através da rede social Instagram, no perfil @somos2pais.
FONTE: METRÓPOLES / Letícia Cotta