Não é só Saul Klein, filho do fundador da rede de lojas Casas Bahia, Samuel Klein, que usou o negócio da família em suas aventuras sexuais. Na época de seu pai, a rede de lojas já foi condenada ao menos seis vezes ao pagamento de danos morais a seus funcionários. Em todas elas, a situação era a mesma:
Garotas jovens, às vezes de 16 anos, apontadas como “garotas de programa”, compareciam a diferentes lojas da rede, onde, autorizadas por Samuel, furavam filas de clientes e recolhiam, do caixa das unidades, pagamentos que variavam entre R$ 10 mil e R$ 150 mil.
As situações foram consideradas pela Justiça atentatórias à dignidade dos profissionais.
As garotas viajavam quase sempre do Rio Grande do Sul a São Paulo para passar dias com o patriarca. Depois das viagens, retiravam nas lojas grandes quantias em dinheiro ou mercadorias.
Em um dos processos, de uma loja em Novo Hamburgo (RS), uma testemunha diz que recebia ligações de Samuel Klein determinando pagamentos a título de “ajuda escolar” a essas garotas.
“Em algumas oportunidades o depoente recebeu ligações da presidência do réu pedindo para que fossem separados valores para pagamento de ‘ajuda escolar’ e que ‘meninas/garotas’ passavam para receber; que essas moças costumavam estar sempre com muita pressa e que eram comum ameaçassem a dispensa do subgerente; que em algumas oportunidades o depoente era o subgerente e fez o pagamento; que não havia informação para que tipo de entidade escolar era feito o pagamento; que era comum essas moças dizerem que o que estavam ganhando era o que os funcionários ganhavam por mês; que identifica que os pagamentos se referiam a honorários de ‘garotas de programa’”, diz a decisão judicial, que condenou a Casas Bahia ao pagamento de R$ 15 mil em danos morais a um funcionário destratado pelas garotas.
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