
Na Venezuela, o salário mínimo atingiu um patamar alarmante de apenas um dólar por mês (equivalente a R$ 5,43) nesta sexta-feira, conforme a taxa de câmbio do Banco Central do país, que cotou o dólar a 130,06 bolívares, a moeda local. Desde março de 2022, o salário mínimo, que serve de base para benefícios trabalhistas como férias, rescisões e participação nos lucros, permanece nesse valor ínfimo, equivalente a cerca de US$ 30 na época. Para complementar a renda, o governo de Nicolás Maduro oferece bônus governamentais de até US$ 160, pagos a funcionários públicos com base na taxa diária do órgão emissor, mas sem incidência nos cálculos de benefícios trabalhistas.
Os bônus, que incluem um auxílio-alimentação de US$ 40 e outro chamado “renda de guerra econômica” de US$ 120, são apresentados pelo regime de Maduro como uma estratégia para enfrentar o que ele chama de “guerra econômica, bloqueio e sanções”. No entanto, a realidade é dramática: em julho, a ONG Pró-Véia destacou que, segundo a Constituição venezuelana, o Estado tem a obrigação de garantir uma renda suficiente para uma vida digna, ajustada periodicamente ao custo da cesta básica, que em abril custava US$ 503,73. O valor do salário mínimo, portanto, cobre menos de 0,2% desse custo, evidenciando a crise humanitária no país.
A situação expõe o colapso econômico sob o governo de Nicolás Maduro, acusado de práticas autoritárias e envolvimento com o narcotráfico. Enquanto os bônus governamentais são apresentados como uma solução “inovadora”, críticos apontam que eles não resolvem a desvalorização do salário mínimo nem garantem direitos trabalhistas básicos. A incapacidade de ajustar a renda ao custo de vida agrava a pobreza extrema, deixando milhões de venezuelanos em condições precárias, dependentes de auxílios insuficientes para sobreviver.
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