A Assembleia-Geral Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou a suspensão da Rússia do Conselho de Direitos Humanos. A medida é uma represália ao massacre em Bucha, na Ucrânia.
Nesta quinta-feira (7/4), a proposta apresentada pelos Estados Unidos, sob o argumento de “violações e abusos flagrantes e sistemáticos dos direitos humanos”, foi chancelada pelos embaixadores.
Ao todo, 193 países votaram pela suspensão da Rússia. Para a medida ser aprovada eram necessários 129 votos a favor. O Brasil se absteve da votação, assim como outros 53 países.
Os que votaram contra somaram 24 votos, entre eles os votos da Rússia e de países parceiros como Belarus.
O projeto de resolução fala em “graves preocupações sobre a crise humanitária e sobre os direitos humanos na Ucrânia”, depois de relatórios sobre violações cometidas pela Rússia. Moscovo desmente ter os civis como alvo.
O Conselho de Direitos Humanos foi criado em 2006 e é composto por 47 Estados-membros, eleitos pela Assembleia-Geral das Nações Unidas. Na história da ONU, só a Líbia foi suspensa do Conselho de Direitos Humanos, em 2011.
Tanto a Ucrânia como a Rússia são atualmente membros do Conselho, sendo que o mandato russo expira em 2023.
Desde o início da invasão russa da Ucrânia, em 24 de Fevereiro, a ONU condena a investida militar contra a Ucrânia e defende a retirada das tropas russas.
O massacre
A decisão surge após o mundo ficar assombrado com vídeos divulgados no domingo (3/4), onde é possível ver cenas chocantes da tragédia na cidade de Bucha.
As imagens mostram ao menos 20 cadáveres no chão e em valas comuns. O governo ucraniano diz que mais de 400 corpos de civis foram encontrados na cidade. A guerra completa nesta quinta-feira 41 dias.
A situação foi tratada como massacre por órgãos de direitos humanos e como “genocídio” pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Metrópoles