O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, pediu demissão, na tarde dessa quarta-feira (23/6), ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A exoneração foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU).
A mesma publicação traz a nomeação de Joaquim Álvaro Pereira Leite como ministro, que ocupava a Secretaria da Amazônia e Serviços Ambientais do ministério. Leite foi conselheiro da Sociedade Rural Brasileira (SRB) por 23 anos. Consta, no site da SRB, que o grupo apoia a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), conhecida como bancada ruralista.
Em pronunciamento à imprensa, após a exoneração, Salles ressaltou as medidas adotadas durante sua gestão frente ao Ministério do Meio Ambiente e reclamou de críticas.
“Eu vim anunciar que apresentei ao senhor presidente da República, e ele já aceitou, foi comunicado o meu pedido de exoneração do cargo de ministro de Estado do Meio Ambiente. Cargo esse que muito me honrou o convite e que eu desempenhei da melhor forma possível ao longo de dois anos e meio”, disse.
“Experimentei ao longo destes dois anos e meio muitas contestações, tentativas de dar a essas medidas caráter de desrespeito à legislação, o que não é verdade”, prosseguiu.
Alvo de inquérito
Ricardo Salles é alvo de inquérito relacionado à Operação Akuanduba, deflagrada pela Polícia Federal, que apura exportação ilegal de madeira do Brasil para os Estados Unidos e a Europa.
A operação investiga crimes contra a administração pública, como corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e, especialmente, facilitação de contrabando, praticados por agentes públicos e empresários do ramo madeireiro.
O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Eduardo Fortunato Bim, também é investigado e chegou a ser afastado do cargo.
O relatório da PF afirmou que os investigados atenderam pedidos de empresas exportadoras de madeira e expediram regulamentações para liberar cargas que haviam sido embargadas ou apreendidas por países da Europa e pelos EUA.
Metrópoles