O caso do advogado morto a tiros, no último fim de semana, em Mossoró, ganhou novos desdobramentos. O depoimento de uma nova testemunha contesta a versão de que Eliel Ferreira Cavalcanti Júnior, de 25 anos, teria sido confundido com assaltante e atribuiu homofobia ao crime que vitimou o jovem.
Quatro dias após o crime, o namorado da vítima prestou depoimento na Delegacia de Homicídios de Mossoró e contestou a primeira linha de investigação apresentada. Por meio do advogado da família, Édson Lobão, companheiro de eliel disse que o crime foi de homofobia. “Não existe essa versão de que o Eliel foi confundido com assaltante. Isso é inverdade. Não por parte do delegado, mas das pessoas que falaram isso. Eliel foi vítima de um crime de homofobia, um crime brutal. Essa é a verdade. Júnior Preto matou o Eliel tão somente por discordar da orientação sexual dele”, disse o advogado.
De acordo com o relato do namorado, Ialamy Gonzaga, conhecido como ‘Júnior preto’, autor dos disparos e já procurado pela polícia, não agiu sozinho. A pessoa que segurou Eliel também teria participação na ação. Ainda segundo o companheiro, a intenção do atirador era matar os dois namorados.
“Dois homens saíram da casa do Júnior Preto, deram a volta nos dois carros que estavam em frente à casa, sendo um deles do Eliel, e foram em direção ao casal. Quando se aproximaram, o namorado se assustou e disse que poderia ser um assalto; mas nenhum dos dois homens apresentaram arma. Foi quando Eliel e o namorado se assustaram, e perceberam quando um dos homens que estavam abordando deu o sinal para o segundo homem, que estava com a arma apontada. Então houve os disparos contra Eliel e o companheiro”, relatou o advogado.
O crime aconteceu no último sábado (9), por volta das 22h, em frente ao prédio do namorado de Eliel, que morava próximo à casa do suspeito. O companheiro disse, em depoimento, que já se sentia intimidado por Júnior Preto e já havia testemunhado uma discussão por homofobia. “O companheiro relatou que sempre que o Eliel ia visitá-lo, Júnior Preto ficava observando. Já existe também uma discussão anterior do próprio Júnior Preto com outro homossexual que vive na mesma rua. Nota-se que ele tem ódio daqueles que possuem uma orientação sexual diferente da dele”, explicou o advogado.
Com o novo depoimento, o delegado Rafael Arraes, que está a frente do caso, deve continuar as investigações. Na última segunda-feira (11), em entrevista coletiva, a polícia deu outra versão para os fatos e alegou que, após uma série de desencontros, o jovem advogado havia sido confundido com um assaltante. Por enquanto, Júnior Preto, principal suspeito do crime, é considerado foragido da polícia.
Com informações do Portal da Tropical