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Repórteres da Veja que apuravam morte de miliciano são detidos pela polícia da Bahia

JORNALISTAS INVESTIGAVAM CASO DE EX-PM LIGADO A FLÁVIO BOLSONARO E ACABARAM LIBERADOS NA DELEGACIA. FOTO: REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Os jornalistas Hugo Marques e Cristiano Mariz, da revista Veja, foram detidos e conduzidos a uma delegacia pela Polícia Militar da Bahia na manhã desta sexta-feira (14).

Os repórteres estavam na cidade de Pojuca (a 90 km de Salvador), onde investigavam as circunstâncias da morte do miliciano Adriano da Nóbrega, ligado ao senador Flávio Bolsonaro e morto em uma ação policial no último domingo (9) em Esplanada (a 170 km da capital baiana).

De acordo com o relato dos repórteres da Veja, eles estavam a caminho de uma das fazendas do pecuarista Leandro Guimarães quando foram cercados por duas viaturas da polícia.

A intenção dos jornalistas era tentar entrevistar Leandro, fazendeiro que hospedou o miliciano por cerca de uma semana antes de ele seguir para o sítio do vereador Gilsinho de Dedé (PSL), onde acabou morto ao ser alvo de operação policial.

Nota da revista VEJA

A direção da revista lamenta a postura autoritária da Polícia Militar da Bahia, que deteve na manhã desta sexta, 14, o repórter Hugo Marques e o repórter fotográfico Cristiano Mariz. Os dois profissionais de VEJA estavam apurando informações relacionadas ao caso da morte do ex-capitão Adriano da Nóbrega quando foram detidos por dois agentes e levados na sequência ao distrito policial de Pojuca, de onde acabaram sendo liberados após vinte minutos. A direção da Editora Abril estuda as medidas cabíveis contra essa atitude de tentar constranger e limitar o trabalho da livre imprensa. A direção da redação de VEJA, por sua vez, como sempre fez ao longo de seus mais de cinquenta anos de história, não vai se intimidar com ameaças e medidas arbitrárias – e seguirá firme no seu compromisso de busca da verdade, doa a quem doer.

Folha de S. Paulo

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