O medicamento pioglitazona, vendido com o nome de Actos, é indicado para pessoas diabéticas controlarem os níveis de açúcar do sangue. Porém, segundo um estudo publicado na revista Neurology, ele também pode ser capaz de retardar o declínio mental de pessoas com Alzheimer.
Durante a pesquisa, a saúde de 91.218 indivíduos foi acompanhada por uma década. Diversos indicadores de saúde de pessoas que tomavam o medicamento foram comparados com os de pessoas que não tomavam.
O principal autor do trabalho, Eosu Kim, da Universidade Yonsei (Coreia do Sul), destaca que a demência se desenvolve por anos antes de ser identificada. “A administração do remédio poderia ser uma oportunidade para intervirmos antes que a doença avance”, diz.
Menor risco
Os pesquisadores relatam que o risco de desenvolver Alzheimer caiu em 22% e 37% entre as pessoas que usaram a medicação por, respectivamente, dois e quatro anos. Vale lembrar que, atualmente, apenas pessoas com diabetes podem adquirir o remédio.
“Estudos anteriores de pessoas com demência ou em risco de desenvolvê-la, mas que não tinham diabetes, não obtiveram proteção e nem desaceleraram a demência. Portanto, é provável que um fator crítico que afeta a eficácia seja a presença de diabetes. Mais pesquisas são necessárias para confirmar essas descobertas”, reconhece Kim.
A pioglitazona possui efeitos colaterais como inchaço, perda óssea, ganho de peso e insuficiência cardíaca. A equipe de pesquisa ressalta a necessidade de novos estudos se concentrarem na segurança a longo prazo do medicamento, assim como na dose ideal dele.