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“Rei do bitcoin” é preso por suspeita de desviar R$ 1,5 bilhão em golpe

FOTO: DIVULGAÇÃO/AFP

A PF (Polícia Federal) prendeu, nessa 2ª feira, Claudio José de Oliveira, proprietário do GBB (Grupo Bitcoin Banco), também conhecido como “rei do bitcoin”. A prisão preventiva e a apreensão de bens no total de, pelo menos, R$ 5,3 milhões foram realizadas na Operação Daemon.

Oliveira é investigado pela prática de crimes falimentares —que decorrem de atividade fraudulenta e resultam em prejuízo a credores da empresa falida ou em recuperação—, estelionato, lavagem de dinheiro, organização criminosa e delitos contra a economia popular e o sistema financeiro nacional.

Segundo as investigações, os valores movimentados pelos clientes em plataformas do grupo não eram investidos em criptomoedas, mas desviados. As investigações começaram depois da Polícia Civil do Paraná receber denúncias de clientes do grupo que disseram não conseguir sacar o próprio dinheiro de aplicações.

A GBB afirma ter sido alvo de um ataque hacker, que teria paralisado seus sistemas. Contudo, a empresa não colaborou com as investigações e também teria prometido aos clientes que denunciaram a celebração de termos de confissão de dívidas e acordos extrajudiciais, além da devolução integral dos valores investidos.

Na época em que ocorreram as denúncias, a instituição financeira afirmava ter problemas de liquidez. A empresa entrou em recuperação judicial junto à 1ª Vara de Falências de Curitiba, afirmando que teria 7.000 bitcoins –equivalente a R$ 1,2 bilhão– como garantia para as dívidas.

A empresa foi autorizada a dar continuidade às suas atividades e foi ordenado que quitasse suas dívidas com a criptomoeda. No entanto, de acordo com a PF, as bitcoins mencionadas no acordo não eram do GBB, mas de outras carteiras.

No início de 2020, foi constatado que o grupo não cumpria as obrigações para recuperação judicial determinadas pela Justiça e seguia oferecendo ao público contratos de investimentos coletivos sem registro na CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Com a suspeita de possível prática de crime contra o sistema financeiro nacional, as investigações foram transferidas para a PF.

Segundo estimativa, o valor devido pelo grupo totaliza cerca de R$ 1,5 bilhão e envolve mais de 7.000 credores.

Ainda de acordo com a PF, com as investigações em curso, Oliveira continuou movimentando altos valores por meio de terceiros. Ele teria aberto uma conta no exterior em nome da sua mulher, Lucinara da Silva Oliveira, e no Brasil em nome de outra mulher.

Além de Oliveira, as duas mulheres e outros 2 investigados que teriam ajudado a ocultar bens foram detidos na operação. Também foram apreendidos cerca de R$ 2,5 milhões em veículos, joias, dinheiro e bolsas de luxo. Os bens devem ser ser leiloados para pagar os credores.

Poder 360

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