O cofundador da corretora FTX, Sam Bankman-Fried, o “rei das criptomoedas”, foi sentenciado nos Estados Unidos a 25 anos de prisão nesta quinta-feira (28/3). Ele foi acusado em novembro de 2023 de ter cometido “fraude da década”, ao usar mais de US$ 8 bilhões de usuários de sua plataforma para financiar projetos pessoais.
O juiz Lewis Kaplan, do Tribunal de Nova York e responsável pela sentença, disse que o ex-bilionário agiu “com ambição” e “sem remorso”, apesar de ter se apresentado como um “mocinho” da indústria cripto. “Ele fez isso porque queria ser uma pessoa extremamente influente em termos políticos neste país”, afirmou Kaplan.
Em novembro de 2022, Bankman-Fried, com 30 anos e então já considerado um magnata americano, não conseguiu financiamento para bancar seus dois principais negócios, a plataforma de câmbio de criptomoedas FTX e o fundo de investimento Alameda Research. Na ocasião, ele tinha uma fortuna estimada em US$ 16 bilhões, mas ela derreteu com o escândalo que se seguiu à descoberta da fraude.
Clientes prejudicados
No julgamento, Bankman-Fried afirmou que existirem “recursos suficientes” para compensar os clientes prejudicados pelo colapso da FTX e reconheceu ter errado. “Tomei uma série de decisões ruins”, disse. A seguir, dirigiu-se aos ex-colegas da empresa, que testemunharam contra ele no processo: “Sei que várias pessoas se sentem desapontadas. Elas construíram algo muito bonito, se dedicaram a isso e depois eu joguei tudo fora. Isso me amedronta todos os dias”.
A defesa argumentou que o ex-bilionário não era um “serial killer financeiro”, mas um “nerd” que atuava sem malícia e “trabalhou duro” para reaver o dinheiro perdido pelos investidores. O juiz Kaplan, porém, rebateu: “A afirmação do réu de que os clientes e credores da FTX serão pagos integralmente é enganosa, é logicamente falha, especulativa”, afirmou.
Embora a pena tenha sido fixado em 25 anos, os promotores haviam pedido entre 40 e 50 anos de prisão. O veredicto foi dado pouco mais de um ano depois da FTX ter entrado com um pedido de recuperação judicial.
Metrópoles