Na internet ou em uma roda de amigos, por mais heterossexual que você seja, é provável que já tenha ouvido a palavra “rebuceteio”. Afinal, do que se trata? De forma prática, rebuceteio é uma dinâmica que existe na comunidade lésbica em que, basicamente, não existe a “regra” heteronormativa de que uma pessoa se envolver com a ex de sua ex gere constrangimento.
Na mesma equação, também fica implícita a normalidade de continuar amiga da ex (que, no momento, pode estar se relacionando com uma outra ex) e manter um círculo de convivência de ex, atuais e futuras.
Ficou confuso(a)? Em um vídeo com mais de 2,5 milhões de visualizações no TikTok, Caroline Kugler mostra um rebuceteio na prática: na mesma mesa, ela está sentada com a atual namorada e um casal de amigas – que, não por acaso, tratam-se da sua ex com a ex de sua atual.
Também chamada de “rebaba” por algumas pessoas, a dinâmica – apesar de mais ligada ao meio lésbico –, é comum de uma forma geral entre o público LGBTQIAPN+. De acordo com Vitória*, de 28 anos, na comunidade bissexual o rebuceteio é frequente, desde que na relação entre mulheres ou com homens bissexuais, quase nunca com héteros.
“Por exemplo, eu ficava com um menino, e depois eu fiquei com uma menina. Eu apresentei os dois e eles começaram a namorar. A gente convive, somos amigos, já demos beijo triplo, não é uma questão”, afirma.
Para especialistas, os motivos do rebuceteio acontecer apenas entre o público LGBTQIAPN+ (principalmente o lésbico) variam, e vão desde o fato de que a comunidade tem como modus operandi romper com o máximo possível de dinâmicas heteronormativas até o fato de que essas comunidades funcionam como uma “bolha” nas cidades e regiões, se encontrando nos mesmos lugares e conhecendo as mesmas pessoas. Dessa forma, ficaria difícil não se relacionarem entre si.
Metrópoles