O presidente Jair Bolsonaro demonstrou incômodo com as críticas que recebeu pelo seu discurso na Assembleia-Geral das Nações Unidas, na última terça-feira, 24, em Nova York, nos Estados Unidos. Ele afirmou ter assistido a sua fala novamente e que não considerou suas posições agressivas. “Queriam alguém lá que fosse para falar abobrinha, enxugar gelo e passar o pano?”, questionou. Para ele, alguns setores da imprensa “foram para o esculacho”.
“Não fui ofensivo com ninguém. Assisti ao que eu falei, seria muito mais cômodo eu fazer um discurso para ser aplaudido, mas não teria coragem de olhar para a cara de vocês aqui”, disse, se dirigindo a apoiadores que o aguardavam na saída do Palácio da Alvorada, na manhã desta quinta-feira, 26. “Foi um discurso patriótico, diferente de outros presidentes que me antecederam, que iam lá para ser aplaudidos e nada além disso”, afirmou Bolsonaro.
Após criticar o cacique Raoni Metuktire na Assembleia-Geral, o presidente voltou a questionar a posição de liderança do indígena nesta quinta-feira, 26, e afirmou que ele “não fala a nossa língua”. Para Bolsonaro, Raoni não expressa os anseios de todos os índios.
“Raoni fala outra língua. Não fala a nossa língua. É uma pessoa que está com uma certa idade avançada, vamos respeitá-lo como cidadão. Mas ele não fala pelos índios. Cada tribo tem um cacique”, disse “Levei uma índia lá [para a Assembleia-Geral], a Ysani Kalapalo, não existe mais o monopólio do Raoni”, afirmou.