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Putin chama governo de Zelensky de ‘gangue de viciados em drogas e neonazistas’

FOTO: REUTERS

O presidente russo Vladimir Putin pediu nesta sexta-feira (25) ao exército ucraniano para “tomar o poder” em Kiev e derrubar o presidente Volodimir Zelensky e seu entorno, aos quais chamou de “neonazistas e viciados em drogas”.

“Tomem o poder em suas mãos. Acho que vai ser mais fácil negociar entre vocês e eu”, disse Putin ao exército ucraniano em um discurso na televisão russa.

O presidente russo afirmou que não combate unidades do exército e sim formações nacionalistas que se comportam “como terroristas” usando civis “como escudos humanos”, ao colocar suas armas em áreas civis.

“E querem acusar a Rússia de causar baixas entre a população civil”, acrescentou.

Putin também chamou o presidente Zelensky e seus ministros de “gangue de viciados em drogas e neonazistas, que se instalou em Kiev e está tomando todo o povo ucraniano como refém”.

Moscou descreve as autoridades ucranianas como “neonazistas” ou “junta” desde 2014, quando eclodiu uma guerra no leste da Ucrânia entre separatistas pró-Rússia e forças de Kiev, apesar de Zelensky ter origens judaicas.

Ao acusar o atual governo ucraniano, comandado pelo judeu Zelensky, de ser nazista — sem apresentar prova disso –, Putin mobiliza a ideia de uma série de conceitos e eventos históricos na região que o ajudam a justificar especialmente para o povo russo as ações militares contra uma população igualmente eslava.

Justificativa para os russos

Putin recorre às memórias coletivas do terror espalhado por Adolf Hitler ao invadir a União Soviética, tentando caracterizar seus atos como uma tentativa de defesa.

“A Segunda Guerra Mundial é ainda hoje uma parte importante da cultura e da política russa, e a falsa afirmação de que o governo ucraniano hoje é como o governo aliado nazista da Ucrânia na Segunda Guerra Mundial ou o Exército de Libertação Ucraniano (grupo que lutou ao lado dos nazistas) é uma tentativa de moldar a opinião pública russa em relação ao atual governo ucraniano”, afirmou à BBC Adam Casey, cientista político especialista em Rússia da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.

G1

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