A inclusão de uma área entre as ofertas do governo federal para exploração de petróleo e gás natural perto do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha gerou críticas de ambientalistas e do governo de Pernambuco. O tema foi debatido em uma audiência pública da Agência Nacional de Petróleo (ANP), na quarta-feira (3).
Os blocos em questão ficam na bacia Potiguar e foram incluídos na 17ª rodada de licitações de blocos para exploração e produção de petróleo e gás natural.
Uma nota técnica do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), disponível na página da 17ª rodada da ANP, afirmou ser “temerária” a inclusão dessa área por causa da proximidade com Noronha e com a Reserva Biológica do Atol das Rocas, ambos berçários naturais.
“Considerando a propagação por longas distâncias de ondas sísmicas, a grande mobilidade de algumas espécies marinhas, a ação das correntes marítimas sobre a propagação do óleo e o histórico de invasão de espécies exóticas, associadas às atividades de exploração de petróleo e gás, toma-se temerária a inclusão dos blocos exploratórios da Bacia Potiguar”, disse o texto.
Os técnicos do ICMBio apontaram que há sobreposição com distribuição de espécies ameaçadas de extinção. O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), afirmou pelas redes sociais que não reconhecer as recomendações técnicas “é uma atitude temerária”.
“É preciso ter em vista os impactos que são gerados nessa fase, com significativa influência sobre a biodiversidade marinha. Principalmente quando uma das áreas escolhidas para a prospecção fica próxima ao Arquipélago de Fernando de Noronha, uma zona de proteção ambiental de importante significado para Pernambuco e para o Brasil”, disse o governador.
G1PE