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‘Profissão honesta é a do político’, diz Lula ao dar reajuste para servidores

FOTO: DIVULGAÇÃO

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem, em cerimônia no Planalto que sancionou o reajuste de 9% no salário dos servidores federais, que os políticos brasileiros, enquanto profissionais, são “honestos”. Para Lula, a “mania de desacreditar” a política levou à eleição do ex-presidente Jânio Quadros, que chegou ao cargo defendendo “varrer” a corrupção e acabou renunciando, e à ascensão de Jair Bolsonaro (PL), a quem classificou de “genocida” e “golpista”. Lula não fez menção a casos de corrupção envolvendo o PT e seus governos anteriores, como o mensalão e o petrolão.

“A sociedade tem essa mania de desacreditar na política”, declarou o presidente . “Essa antipolítica que levou Jânio Quadros ser eleito com a vassourinha e esse genocida golpista. Se tem uma profissão honesta é a do político.” Segundo Lula, a política é a única profissão que tem “concurso” público a cada quatro anos, sendo necessária uma nova aprovação para que o parlamentar ou chefe de Executivo seja eleito. Mandatos anteriores do petista foram marcados por escândalos de corrupção

O próprio presidente foi condenado na Lava Jato por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá. Ele cumpriu prisão de abril de 2018 a novembro de 2019. Em 2021, o STF anulou todas as condenações por questões processuais, sem analisar o mérito. A anulação indicava que o processo deveria ser julgado pela vara do Distrito Federal e não pela de Curitiba

A Corte concluiu que o ex-juiz Sérgio Moro foi parcial, o que fez com que as provas fossem vetadas em eventuais processos futuros. Empreiteiras como Novonor (ex-Odebrechet), Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e UTC buscam revisar acordos de leniência da Lava Jato. Acertos de pagamento somaram R$ 8 bilhões, indicação de que as investigações comprovaram desvios.

No discurso ontem, no qual se comprometeu a abrir novos concursos e promover melhorias na remuneração dos servidores, Lula admitiu não acreditar na possibilidade de fechar um acordo “unânime” entre governo e funcionalismo. E criticou a forma como são feitos protestos atualmente no País, com xingamentos e agressões. “É preciso aprender a conversar com deputados, senadores e com os governantes. Precisamos de diálogo”, afirmou

‘Ladrão’

Não é a primeira vez que Lula associa políticos, servidores e honestidade. Em 2016, declaração similar em São Paulo gerou polêmica e alimentou fake news. “Eu de vez em quando falo que as pessoas achincalham muito a política, mas a profissão mais honesta é a do político, sabe por quê? Porque todo ano, por mais ladrão que ele seja, ele tem que ir pra rua encarar o povo e pedir voto. O concursado, não. Se forma na universidade, faz concurso e está com emprego garantido para o resto da vida”, disse, o que causou protesto de concursados.

Apesar de criticar a desvalorização da política, o petista costuma ter leitura mais ácida das outras legendas. “Não existe partido no Brasil. O único partido com cabeça, tronco e membro é o PT.”

Estadão Conteúdo

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