Coordenadora-geral de Administração da Força Nacional (FN), Keydna Alves Lima Carneiro tem 43 anos, destes, 26 dedicados a carreira de policial militar (PM). Cearense, natural de Fortaleza, a tenente-coronel é a primeira oficial no Brasil a ocupar este cargo. Os que a antecederam foram todos homens.
Às vésperas do Dia Internacional da Mulher, O POVO entrevistou a oficial sobre a representação feminina da Força Nacional e os desafios que as mulheres militares enfrentam longe dos seus respectivos estados e das famílias. Keydna vê o dia 8 de março como um dia de representação das vitórias femininas.
“É um dia de lembrança de uma luta e uma luta vencida pela força da mulher e a representação mundial. Como sobre a questão do Dia da Mulher para profissional de Polícia Militar, vejo como hoje, na idade contemporânea, a gente podendo viver a entrada em terrenos antes tão masculinizados, em castas tão fechadas, a mulher ocupa seu lugar em qualquer lugar”, relata.
A oficial lembra cearenses como a Jovita Feitosa, que fingiu ser um homem, cortou o cabelo e foi para a guerra contra o Paraguai. “Hoje, constitucionalmente, legalmente, a gente pode, a gente foi imersa nesse território. E isso foi importante nas nossas vidas. A mulher está nas forças policiais, não para tirar o lugar do homem, mas para ocupar uma lacuna que é o seu próprio espaço’, ressaltou.
A Força Nacional, por questão de segurança, não divulga o seu total efetivo, no entanto, a oficial afirma que pelo menos 20% do efetivo é feito de mulheres. A FN é uma tropa formada por homens e mulheres de todo o Brasil. As 27 unidades federativas passam por processo de seleção, arregimentando a tropa, que pode ser empregada em qualquer território brasileiro. No ano passado foi inaugurada a primeira missão estrangeira na África.
Atualmente, a FN se encontra em 52 operações no Brasil. É formada por policiais militares, bombeiros militares, policiais civis e profissionais de perícia. Nesse momento é dirigida pelo coronel Aginaldo, o primeiro nordestino a assumir a direção da Força Nacional.
O Povo