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Presos, foragidos, motivação, Pamonha e prima sem relação: os detalhes da morte do ex-prefeito de São Pedro

FOTO: REPRODUÇÃO

A Polícia Civil prendeu dois suspeitos de participação na morte do ex-prefeito de São Pedro, Miguel Cabral, no último dia 3 de fevereiro. O crime aconteceu em Petrópolis, na zona Leste de Natal. As prisões aconteceram nesta sexta-feira (28), no município de Olinda, em Pernambuco, em uma operação com a Polícia Civil de Pernambuco.

Os presos foram identificados como José William Oliveira da Silva, de 26 anos, e Jackson Rubens Gomes Nascimento, de 30 anos. Outros dois suspeitos, identificados como Idcarlos de Souza Costa, de 30 anos, e Júlio Cesar Melo de Souza, de 23 anos. De acordo com a Polícia Civil, no momento do crime, Júlio Cesar permaneceu dentro do veículo, enquanto os outros três se aproximaram de um grupo de pessoas que estavam sentadas em uma banca de revista e efetuaram os disparos contra Miguel Cabral.

Segundo as investigações, Jackson Rubens, vestindo roupa preta e boné vermelho, se aproximou da vítima pela frente, enquanto José William a surpreendeu por trás, efetuando diversos disparos de arma de fogo. Idcarlos e Júlio Cesar são considerados de alta periculosidade, suas localizações e capturas são fundamentais para o aprofundamento das investigações e a definição da motivação do crime.

O delegado Cláudio Henrique deu detalhes das investigações. Segundo o que foi apurado pela Polícia Civil, com base nos depoimentos dos presos, a vítima e os executores integravam grupos rivais. “Pelo o que eles afirmaram, haviam grupos rivais. Um grupo seria o deles e a vítima financiaria, de alguma forma, chefiaria um grupo rival. Por essa rivalidade, eles executaram a vítima. Nesse momento, estamos trabalhando com as alegações dos acusados. Eles negaram qualquer filiação com facção, mas isso ainda vai ser apurado. O que eles falaram é que haviam grupos rivais. O que isso significa ainda vamos apurar”, revelou.

Segundo o delegado, o mesmo grupo está envolvido em outros assassinatos. “Nós identificamos quatro homicídios ligados a esse mesmo grupo. Já estavam sendo investigados, já haviam sido identificados nesses outros homicídios. Quando houve o crime do dia 3, contra o ex-prefeito, nós já suspeitávamos pelo uso do veículo, pelas mesmas características. Foi uma questão apenas de tempo. No dia seguinte, nós recuperamos o veículo utilizado e com mais imagens conseguimos identificar os quatro, o que só veio ser corroborado com as provas periciais do Itep”, contou.

Ao ser baleado, o ex-prefeito de São Pedro apontou que uma pessoa identificada como Pamonha seria o responsável pelo crime. O delegado descartou, inicialmente, esse envolvimento. “A vítima, quando foi alvejada, não conseguiu visualizar nenhum dos atiradores. Essa pessoa, o Pamonha, que ele se referiu, possivelmente é algum desafeto que a vítima possuía. Essa pessoa foi identificada pelos familiares, deram o nome de quem seria, mas até então não há nenhuma vinculação com os executores. Quando ele afirmou que Pamonha teria matado, imagino que seria algum desafeto. O vídeo é bem claro que ele não conseguiu ver. Ele estava de costas, tentou fugir, caiu e continuou sendo alvejado”, detalhou.

Logo após a morte, uma prima do ex-prefeito publicou vídeos nas redes sociais ligando ele à morte do irmão dela. Além disso, a mulher celebrou a desfecho trágico de Miguel Cabral. A Polícia Civil não identificou, até o momento, relação do grupo responsável pelo assassinato com qualquer familiar do homem morto.

“Até então, não há ligação, não conseguimos visualizar nenhuma ligação entre esse grupo e algum familiar da vítima. Havia uma série de homicídios. Não foi apenas aquele crime. Eles estavam foram do estado, vieram para o estado, praticaram os crimes do dia 30, o crime contra o ex-prefeito e saíram do estado novamente. Não vou dizer que está descartado, pois ainda é muito cedo, temos muitos elementos para serem analisados. Até então, não há vinculação”, frisou.

De acordo com o delegado, os presos disseram, em depoimento, que não foram pagos para matar e que as desavenças com o ex-prefeito eram pessoais. “Eles afirmaram que isso partiu deles. Não foi ordem de ninguém. Eles apenas passaram, viram ele na calçada e esperaram o melhor momento para praticar o crime. Disseram que não receberam nada nem receberam ordem de ninguém”, completou Cláudio Henrique.

As investigações apontaram ainda que o ex-prefeito era dono de um arsenal, que ainda não foi localizado. Miguel Cabral era registrado como caçador. “Ele era atirador, estava registrado legalmente no Exército como atirador e possuía nove armas de fogo. Quando questionamos os familiares, as armas deveriam estar na fazendo, que é o local que está registrado no Exército, mas ninguém sabe dizer onde essas armas se encontram”, completou.

A ação contou com a participação do Departamento de Inteligência Policial (DIP), do Instituto Técnico-Científico de Perícia (ITEP) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF). A Polícia Civil do RN solicita a colaboração da população para a localização dos suspeitos. Informações podem ser repassadas, de forma anônima, por meio do Disque Denúncia 181.

Portal da Tropical

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