O preço do ovo de galinha subiu quase 19% nos últimos doze meses. É bem mais do que a inflação oficial.
Na média, o preço do ovo subiu 18,70% nos últimos 12 meses, três vezes acima do IPCA-15, divulgado nesta terça-feira (24). Na região metropolitana de Curitiba, o ovo virou extravagância – com alta de quase 34%. Nesse caso, os produtores sabem dizer o que veio primeiro: não foi o ovo.
“É o aumento do milho e do farelo de soja. Esses dois insumos, juntos, representam algo como 80% dos custos de produção dos ovos, e nesses últimos dois anos aumentaram 150% em média”, explica Luis Rua, diretor de mercado da Associação Brasileira de Proteína Animal.
Já faltam ovos nos Estados Unidos e na Europa, onde uma onda de gripe aviária e a guerra na Ucrânia mudaram a referência de preços. No interior de São Paulo, as granjas encolheram.
E o brasileiro colhe inflação no supermercado. Para pagar contas básicas como comida, se endivida no cartão de crédito, atrasa as dívidas – o nível recorde de inadimplência mostra isso. Sobra pouco ou nada para investir e as famílias que mais sentem são, de novo, as mais pobres.
“Quando nós analisamos a inflação de alimentos, essa inflação é a que mais penaliza as famílias de menor renda. E quando nós analisamos os alimentos, o ovo, que é um item essencial, já consumido por aquelas famílias que têm baixa renda, ele penaliza ainda mais. O que significa? Menos dinheiro no final do mês para outras compras e acaba apertando o orçamento de famílias que já sofreram muito desde o início da pandemia”, explica Joelson Sampaio, professor de economia da FGV.
Com informações de G1