A Polícia Federal analisa se os cinco potes com 35 gramas de cannabis “gourmet” e dois vidros com óleos extraídos da planta, apreendidos pela instituição em uma agencia dos Correios na última segunda (22), estavam legalizadas no país e foram aprendidos por “engano”. A informação veio através de nota enviada à Tribuna do Norte, após a Organização não-governamental Reconstruir Cannabis afirmar que a substância tinha autorização legal.
De acordo com a nota da Polícia Federal, a ONG procurou a sede do órgão e apresentou documentos sobre a substância apreendida. Ainda segundo a instituição, caso seja confirmada a legalidade da exportação, o material será devolvido. A Organização Não Governamental (Ong) “Reconstruir Cannabis”, que presta serviços de consultoria a pessoas que precisam usar a cannabis para fins medicinais, afirmou que a apreensão dos itens foi “um erro”.
De acordo com o presidente da organização, Felipe Farias, os itens teriam sido adquiridos por um homem (não identificado por questões de privacidade) que sofre de transtorno obsessivo-compulsivo e transtorno fóbico-ansioso. Ele, de maneira legalizada, adquiriu a cannabis medicinal, que tem a função de aliviar seus sintomas, de acordo com a ONG.
Na quarta-feira (24), dois dias após a apreensão, a instituição policial noticiou que a substância é “é mais cara, tem um maior grau de pureza e apresenta efeito bem mais potente do que a mesma droga encontrada no Brasil”. Além disso, a PF também afirmou que o óleo encontrado nos frascos de vidro são “comumente utilizados em cigarros eletrônicos”. Farias alegou que a substância é, na verdade, sublingual, ou seja, para ser utilizado abaixo da língua. “Não há como colocar dentro de um vaporizador. Essa é uma marca reconhecida nos Estados Unidos”, relatou. Ele reforçou que os itens tem funções medicinais, e não recreativas para o paciente.
Quanto à circunstância do caso, o presidente da Reconstruir Cannabis acredita que ainda há uma desinformação em todas as camadas da sociedade, inclusive, nas forças policiais. “Ainda não existe uma educação sobre medicina com canabinóides. A gente consegue compreender, mas é um dever do Estado capacitar os órgãos de segurança pública para saber o que é remédio e o que está autorizado”, disse. O presidente afirmou que, após a ida do paciente e de seu advogado à PF, o medicamento deve ser liberado em até cinco dias.
Ele também relatou que foi através da internet que o paciente descobriu a apreensão de sua encomenda com a substância. “A gente teve sorte que essa notícia se espalhou muito rápido pela internet, e assim o paciente entrou em contato comigo, reconhecendo que o que foi apreendido era a remessa dele. Se ele não soubesse e tivesse se antecipado, só teria descoberto quando a PF tivesse ido na porta dele”, afirmou.
Tribuna do Norte