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Polícia Civil do RN abre inquérito para investigar entrada de bilhetes de criminosos em presídios por meio de advogados

SEGUNDO A SEAP, DESDE JANEIRO HOUVE 10 CASOS DE ADVOGADOS FLAGRADOS COM MENSAGENS DESTINADAS A CLIENTES PRESOS, SUPOSTAMENTE ENVIADAS POR COMPARSAS. FOTO: CEDIDA

A Polícia Civil do Rio Grande do Norte confirmou que abriu um inquérito para apurar a entrada de bilhetes de criminosos em penitenciárias do estado, supostamente levados por advogados para seus clientes presos.

Os casos foram divulgados no dia 2 de maio pela Secretaria de Administração Penitenciária do Estado.

Na ocasião, a Seap divulgou mudanças no acesso de advogados aos presídios e informou que enviou os materiais apreendidos à Polícia Civil e ao Ministério Público para abertura de investigação.

Ao g1, a polícia confirmou nesta segunda-feira (9) que o inquérito foi instaurado e está a cargo da Delegacia de Nísia Floreta, na Grande Natal – município onde fica localizado o Presídio Rogério Coutinho Madruga, no complexo de Alcaçuz.

Criminosos apontados como líderes de facções criminosas que atuam no estado estão detidos na unidade. Segundo a Seap, dos 10 casos de bilhetes encontrados com advogados desde o início do ano, sete foram lá.

De acordo com a Polícia Civil, as oitivas de pessoas envolvidas serão iniciadas nesta semana. A corporação, no entanto, não confirmou quantas pessoas são investigadas. A polícia também não informou quais seriam os supostos crimes investigados.

Mensagens

Segundo as informações divulgadas pela Seap, a troca de mensagens ocorre por meio de bilhetes portados pelos próprios advogados dos presos, que receberiam até R$ 1 mil pelo serviço ilícito.

“Algumas apreensões foram registradas pelas câmeras de circuito interno das unidades, inclusive casos de troca de salas de atendimento para que o advogado pudesse falar com liderança do crime organizado que sequer era cliente dele. As imagens também estão em poder das autoridades”, informou a pasta.

“Não vou mais mandar gravata (advogado) aí porque CADA IDEIA É MIL REAIS” (sic), de um dos bilhetes em poder da polícia.

Numa das mensagens, levada por um advogado, constam crimes como tráfico de drogas, porte e posse de arma de fogo e movimentação detalhada financeira da organização criminosa.

“Em relação a LSD, para conseguir e ajeitar o material, a mulher de [nome suprimido] que vai ensinar como fazer acontecer. Aonde estão os MÓNEIS, O FERRO [arma] E OS DINHEIROS, ele ficou na mão dela” (SIC), diz outra mensagem apreendida.

Em outro trecho, o interlocutor diz: “Em cima da ideia do [nome suprimido], já que ele vem passando por cima das ideias é para afastar ele da QBD [Quebrada – ponto de venda de drogas] e para brecar ele de vender por 6 meses, se passar por cima, levar ele para o conselho [liderança de facção] e explicar o que levou a isso. Caso passe por cima das ideias do [nomes suprimidos] e do conselho, já era. Em cima das mercadorias, os manos [nomes suprimidos] tão com autonomia de abastecer geral”.

G1RN

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