O policial militar, que está entre os oito indivíduos presos por suspeita de envolvimento na morte da advogada criminal Brenda Oliveira, morta a tiros na cidade de Santo Antônio, integra um grupo de extermínio que atuou no crime e forneceu armas para a execução dela e de seu cliente, Janielson Nunes de Lima, alvo da ação. A prisão dos suspeitos ocorreu três meses após o assassinato da advogada, ocorrido no dia 30 de janeiro. A informação foi concedida nesta terça-feira (30) pelo delegado Márcio Lemos, diretor da Divisão de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP).
A ação ocorreu no âmbito da operação “Operação Jus Puniendi” e foi descrita durante coletiva realizada na Central de Flagrantes da Zona Sul. De acordo com o diretor da DHPP, O crime, conforme apontam as investigações, foi motivado por vingança. Ele relembrou que, dois dias antes do crime, o cliente da advogada Brenda era suspeito de assassinar um vaqueiro. Os familiares desse vaqueiro se reuniram com outros desses profissionais, que atuavam em um grupo de extermínio em São José do Mipibu, e se articularam para cometer o homicídio. O policial preso forneceu armamento para essas pessoas. “Embora tenha sido um crime articulado no dia, foi fácil porque eles já tinham um grupo com experiência nisso”, afirmou. Para Lemos, o crime está praticamente elucidado. Entre os oito suspeitos presos durante a manhã estão também os autores intelectuais.
O delegado ainda afirmou que falta de uma unidade da divisão na localidade é um fator prejudicial nas ações policiais. Desde o ano passado, o setor de inteligência da Polícia Civil identificou um aumento significativo de crimes, que apontavam para a presença do grupo na região. “Nós não temos uma unidade de polícia da DHPP para os municípios de Santo Antônio e Nísia Floresta. Mas, desde o ano passado, os números estatísticos já mostravam que alguma coisa estava acontecendo na região. O número (de crimes) não era normal. Os dados apontaram um aumento entre 200% e 300%”, afirmou.
Nas semanas que antecederam as prisões, a OAB/RN cogitou solicitar a federalização do caso, o que moveria a jurisdição das investigações para a Polícia Federal. Ao falar sobre a velocidade das ações policiais para elucidar o crime, Lemos afirmou que o tempo entre o assassinato e as ações desta terça foi razoável, ao considerar o objetivo da operação. “A gente retardou, se é que podemos dizer assim. Mas para jornalistas da área e policiais, e considerando nossas pretensões, três meses eram muito pouco. Tínhamos a pretensão de atacar o grupo que estava atuando ali. A gente entende, antes de mais nada, que o crime desafiou o Estado”, disse.
Com informações da Tribuna do Norte