
Um incidente considerado sem precedentes em voos comerciais modernos levanta novas questões sobre os riscos do lixo espacial em altitudes limítrofes entre o espaço e a aviação civil.
O piloto do voo UA1093 da United Airlines, um Boeing 737 MAX 8 que fazia a rota Denver–Los Angeles, dia 16, foi atingido por um objeto metálico não identificado, possivelmente um detrito espacial. O incidente inusitado chamou atenção da aviação mundial.
O impacto ocorreu a 36 mil pés de altitude, rachando a camada externa do para-brisa da cabine e provocando ferimentos leves no piloto, atingido por estilhaços de vidro. Apesar do susto, a cabine não sofreu despressurização, graças ao design multicamadas do para-brisa, que impediu danos mais graves.
A aeronave realizou desvio de emergência para Salt Lake City, onde pousou em segurança e recebeu inspeção técnica. Nenhum passageiro ficou ferido.
O caso levanta o debate sobre a vulnerabilidade da aviação civil a detritos orbitais, fragmentos de satélites e peças de foguetes que circulam em órbita terrestre. Segundo estimativas da Nasa, há atualmente mais de 36 mil objetos com mais de 10 centímetros sendo rastreados na órbita baixa da Terra.
Os para-brisas de aviões comerciais são projetados para resistir a impactos de aves a velocidades de até 500 nós (cerca de 925 km/h), mas não há protocolos específicos para colisões com fragmentos espaciais. A FAA e a United Airlines abriram investigações para determinar a natureza exata do objeto e avaliar possíveis atualizações nos procedimentos de segurança e monitoramento orbital.
BZN

