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PGR gasta R$ 878 mil para ter ‘lavador de carro oficial’ e ‘carregador de móveis’; veja salários

BRASÍLIA – A Procuradoria-Geral da República (PGR) gasta R$ 878 mil por ano para ter “lavador de carro oficial” e “carregador de móveis” à disposição exclusiva dos procuradores e subprocuradores com salários de quase R$ 3,9 mil. No total, são quatro pessoas para fazer a limpeza dos veículos e mantê-los cheirosos. O contrato diz que eles “devem lavar constantemente a frota” utilizada pelos integrantes do Ministério Público. Já para a função de carregador de móveis a PGR conta com 15 profissionais.

Os trabalhadores responsáveis pela lavagem dos carros têm carga horária de 8 horas diárias dedicada exclusivamente a essa atividade. Segundo prescreve documentação da PGR, os contratados devem “realizar a lavagem externa e limpeza externa dos veículos oficiais, compreendendo as atividades de higienização de interiores, polimento de pintura e secagem, quando pertinentes”. A PGR tem uma frota de 80 carros modelo Novo Cruze Sedan.

Tabela de custo e salários para lavador de carro oficial da PGR
Tabela de custo e salários para lavador de carro oficial da PGR Foto: Reprodução / Estadão

Para ser lavador de carro oficial é preciso ter ensino fundamental completo ou experiência comprovada em carteira assinada. A empesa contratada pela PGR precisa fornecer aspirador de pó e lavadora de alta pressão para a execução do serviço e manter estoque de produtos de limpeza incluindo spray ”aromatizante tipo bom-ar”, que não contenha gás CFC.

A descrição do trabalho está expressa num contrato de prestação de serviços terceirizados feito por intermédio de uma empresa privada selecionada por licitação. Por esse contrato, a empresa fornece ainda pessoas para exercer outras atividades administrativas na PGR como operador de telemarketing, ascensorista e operador de máquina copiadora. Com salário de R$ 3.800 por mês, os ascensoristas garantem que os procuradores não precisem apertar o botão do elevador. A profissão está cada vez mais em extinção no País, segundo dados do Ministério do Trabalho.

O contrato com a empresa prestadora de serviços que oferece a mão-de-obra de lavadores de carro, ascensorista e outras funções foi assinado em 2020. O termo já está na sua terceira renovação. Atualmente, o valor total do contrato está em R$ 5,9 milhões para manter 119 trabalhadores terceirizados na PGR.

Segundo revelou o Estadão, o procurador-geral da República, Augusto Aras, publicou no início do mês passado uma portaria que abre brecha para procuradores de todos os ramos do Ministério Público da União (MPU) utilizarem carros oficiais para se deslocar a qualquer lugar, e não mais somente do trabalho para casa, como previa a regra anterior

Além dos lavadores de carros, a PGR ainda desembolsa mensalmente R$ 35 mil para pagar os salários de 10 funcionários com o cargo de “carregador de móveis”. Na PRDF são cinco funcionários desempenhando a funções. O contrato com a empresa que fornece os profissionais foi assinado em 2020 e vigorará até 2025.

De acordo com o documento, os carregadores devem “realizar o transporte/remanejamento de mobiliários, equipamentos, e afins, em âmbito interno e/ou, excepcionalmente, externo”. Esses trabalhadores ainda acumulam a função de “realizar o transporte/distribuição e armazenamento de água mineral e outros insumos e materiais de uso nas copas em âmbito interno e/ou, excepcionalmente, externo”.

Procurada pela reportagem, a PGR alegou que a contratação dos lavadores é “óbvia“, pois “a instituição dispõe de uma frota de veículos que, como qualquer outro bem público, precisa de manutenção e limpeza”.

Em relação aos carregadores de mobília, a PGR afirmou que “os móveis são transportados regularmente de um ambiente para outro em razão das necessidades de uso, com a ocupação de espaços e reformas, seja para o galpão onde são armazenas ou reparados para que sejam reutilizados, o que ocorre com frequência”.

FONTE: ESTADÃO

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