Documento da Polícia Federal, que embasou busca e apreensão contra uma “organização criminosa de peculato e lavagem de dinheiro” envolvendo o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) Mauro Cid; o pai dele, Mauro Cesar Lourena Cid; o ex-advogado de Bolsonaro Frederick Wassef; e Osmar Crivelatti, levanta a suspeita de que Bolsonaro receberia a verba das vendas irregulares de presentes em dinheiro vivo.
No documento enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a PF aponta que as mensagens trocadas entre os ex-assessores mostram haver “um esquema de peculato para desviar ao acervo privado do ex-Presidente da República Jair Bolsonaro, os presentes de alto valor recebidos de autoridades estrangeiras, para posterior venda e enriquecimento ilícito do ex-Presidente”.
Para os investigadores, o que ocorreu com a venda de presentes fora do país, objeto da operação, foi um desvio de bens de alto valor patrimonial entregues por autoridades estrangeiras ao ex-presidente da República “ou agentes públicos a seu serviço” e posterior ocultação com o fim de enriquecimento ilícito.
A PF formulou duas hipóteses criminais pelas informações compiladas, no período compreendido entre 2019 até o dia 31 de dezembro de 2022, em Brasília e outros locais.
Uma delas é que Jair Bolsonaro; os ajudantes de ordens, Mauro Cid e Osmar Crivelatti; o assessor Marcelo Câmara e Marcelo da Silva Vieira e outras pessoas não identificadas “uniram-se, com unidade de desígnios, com o objetivo de desviar, em proveito do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, presentes (ao menos três conjuntos de alto valor patrimonial) por ele recebidos em razão de seu cargo, ou por autoridades brasileiras em seu nome, entregues por autoridades estrangeiras.
Após serem apropriados por Bolsonaro, formalmente ou não, os bens foram levados, de forma oculta, para os Estados Unidos, em 30 de dezembro de 2022, em avião presidencial e encaminhados para lojas especializadas nos estados da Flórida, Nova Iorque e Pensilvânia, para serem avaliados e submetidos à alienação, por meio de leilões e/ou venda direta.
Metrópoles