
O desembargador João Marcos Buch, do TJSC (Tribunal de Justiça de Santa Catarina), denunciou ter sido vítima de homofobia. Em publicação nas redes sociais na noite de domingo (30), ele expôs ofensas feitas por advogados em um grupo de WhatsApp.
“Aconteceu um problema aqui, peguei um gay, um desembargador gay”, disse um dos advogados. “Caiu nas mãos de um desembargador chamado João Marcos Buch, gay, casado com outro homem”, declarou outro.
Um dos integrantes do grupo descreveu o desembargador como “polêmico” e disse que ele “soltava preso direto”. Os comentários chegaram ao conhecimento de Buch, que prometeu reagir “conforme à lei e a Constituição”.
Buch reiterou que leva as críticas à sua atuação no magistrado como algo natural, mas que não pode normalizar discursos de ódio. “O que não aceito como natural é que, no lugar do uso dos meios processuais cabíveis, lance-se mão de discursos de ódio, recheados de preconceito e de crimes de homofobia”, afirmou a publicação.
“Sei que, para muitos, eu deveria relevar, deixar passar, pois reagir não valeria a pena. Não relevo, não deixo passar e reajo. Inclusive, dou publicidade, preservando a identidade de quem me atacou, que poderá, a seu tempo, dizer o motivo de tanta virulência”, destacou Buch.
Na publicação, o desembargador ainda citou a Parada do Orgulho LGBTI+, que ocorreu no último sábado (29) em Florianópolis, o qual ele observou como um evento “necessário, alegre, bonito e de muita resistência”.
“Às vezes, pode se tornar exaustivo lutar todos os dias pelo direito de existir. Por isso, em um país que viola permanentemente os direitos da população LGBTI+, que desrespeita pessoas que, em muitos casos, não possuem condições de se defender, aqueles que ocupam espaços de poder, mais do que nunca, conforme a lei e conforme a Constituição, devem reagir. Assim farei”, concluiu Buch.
Em outro caso, em agosto deste ano, o desembargador afirmou que iria processar um sargento da Polícia Militar após um comentário em rede social, no qual ele disse que Buch tinha “amor por marginais”.
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2 Comentários
Críticas e elogios são duas posições antagônicas, as quais só ganham espaço ou motivam esse ou aquele para assim proceder, quando existem motivos para tal. Se esse ou aquele me chamar de GAY provavelmente irei me ofender, pq NÃO sou. Mas se fosse gay assumido e alguém me chamar disso, aonde está o “discurso de ódio”? Será q se ocorresse comentários de “ dei sorte, meu processo caiu nas mãos de um cabra macho” ocorreria essa reação? Somos “alvos” das nossas escolhas. A propósito, não vejo nenhum desmérito em esse ou aquele profissional ser gay. Tenho irmã, filho e amigos gay e tenho respeito por todos eles. A única ressalva q faço é não aceitar q meu filho venha a minha presença com o companheiro dele e me apresentar como “genro”, pois esse tratamento é dado a marido e mulher, conforme bem dito pelo PAPA. O resto, bem … é invencionice. Viu?
No meu caso, se me chamarem de gay, sairia na porrada….kkkk