Com promessas de ganhos estratosféricos, boa lábia e muita criatividade, pastores e missionários investigados pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) por golpe contra fiéis usavam até mesmo nome de políticos para dar credibilidade aos investimentos fraudados.
Na hora de dar o golpe, os criminosos citavam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e até lideranças internacionais, como Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, e Nicolas Sarkozy, ex-presidente da França.
Uma vítima do Rio de Janeiro, que conversou com a coluna sob a condição de anonimato, contou que chegou a investir o total de R$ 5 mil na esperança de receber ao menos R$ 3 trilhões.
“Na época das eleições, eles diziam que a gente precisava votar no Bolsonaro porque, se o Lula se elegesse, ia dificultar os pagamentos. Que havia investimentos vindos da Suíça, da Alemanha, de Paris, e receberíamos em euro. Diziam que o Guedes (Paulo Guedes, ex-ministro da Economia) já tinha assinado tudo para liberar os pagamentos”, afirmou.
“Diziam que o Pix foi criado pelo Bolsonaro para facilitar os pagamentos, porque, se continuasse apenas com o TED, ninguém ia conseguir receber os valores astronômicos”, acrescentou.
Ela confirmou que a quadrilha usava a teoria conspiratória da “Nesara Gesara”, que teria “relação com aportes internacionais”, para enganar os fiéis. “Criaram um site e pediam fotos de todos os nossos documentos. Ainda nos orientavam a mudar de cidade assim que o dinheiro saísse, porque poderíamos ser perseguidos devido à grande quantidade de recursos. Sumir de casa, vender a casa e sumir. Davam várias estratégias.”
Metrópoles