SELO BLOG FM (4)

Panama Papers: o escândalo dentro do escândalo

Houve buscas na sede panamenha da Mossack. Mas a 'ordem neoliberal' é a maior culpada. (Foto: Reprodução)

Houve buscas na sede panamenha da Mossack. Mas a ‘ordem neoliberal’ é a maior culpada. (Foto: Reprodução)

O maior impacto da divulgação dos Panama Papers deu-se, como seria de esperar, nos países onde chefes de governo ou seus parentes e auxiliares diretos apareceram como proprietários de offshore suspeitas. Naqueles, bem entendido, cujos governantes não detêm poder absoluto, como o rei saudita Salman e demais monarcas do Golfo.

A reação mais rápida foi a da Islândia. No próprio domingo 3 da divulgação, o primeiro-ministro Sigmundur Gunnlaugsson foi apanhado de surpresa pela pergunta sobre sua offshore Wintris.

Estima-se que 23 trilhões de dólares, 15% da riqueza privada mundial, estão escondidos em paraísos fiscais. Confidencialmente, mas em geral dentro das leis que ela mesma impõe a governos e parlamentos, uma pequena elite se furta a contribuir para a sociedade, apesar de deter uma fatia desproporcional da riqueza nacional, enquanto as massas arcam com taxas mais altas e serviços deteriorados, em boa parte para salvar banqueiros e empresários de seus próprios erros.

É uma engrenagem vital do sistema internacional de concentração de renda posto em movimento pela globalização e pelas reformas neoliberais, principalmente o livre movimento de capitais, desde os governos de Ronald Reagan e Margaret Thatcher.

Poroshenko, Macri e Cameron são os líderes cujas offshore podem ter as implicações políticas mais importantes (Foto: Kimimasa Mayama/AFP, Juan Mabromata/AFP, Kerry Davies/AFP)

Poroshenko, Macri e Cameron são os líderes cujas offshore podem ter as implicações políticas mais importantes (Foto: Kimimasa Mayama/AFP, Juan Mabromata/AFP, Kerry Davies/AFP)

 

Compartilhe

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram

Comente aqui