Em seu acordo de delação premiada homologado feito com a Polícia Federal, o ex-ministro Antonio Palocci mencionou doações que somam 50 milhões de reais, feitas por alguns dos maiores bancos país, a campanhas do PT em troca de benefícios nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
De acordo com reportagem do jornal O Globo, que teve acesso à delação homologada pela Justiça, o ex-ministro citou casos envolvendo Bradesco, Safra, BTG Pactual, Itaú Unibanco e Banco do Brasil. Segundo noticiou o jornal, Palocci relatou que o interesse ia de informações privilegiadas sobre mundanças na taxa básica de juros a apoio do governo aos interesses das instituições. Todas elas negaram qualquer irregularidade.
O ex-ministro definiu as doações como “vantagens indevidas de modo dissimulado”. Segundo o jornal, Palocci entregou provas para confirmar seus relatos, como registros de deslocamentos de seu carro, anotações de sua agenda e indicações de quais doações oficiais estavam associadas a contrapartidas.
De acordo com o relato do ministro à PF, um dos principais interesses das instituições financeiras era saber com antecedência se haveria alterações nas taxas de juros do Banco Central — caberia a ele e a seu sucessor, Guido Mantega, obter as informações. “Segundo Palocci, o escritório do Ministério da Fazenda na Avenida Paulista, em São Paulo, funcionava na era petista como uma central de repasse de informações a empresários. Em troca, as companhias se comprometiam a doar recursos ao PT”, diz o jornal.
Veja