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Pais fazem campanha de doação para filho doente mas gastam o valor milionário com carros e outros luxos

FOTO: REPRODUÇÃO

Pais do menino Jonatas, que tinha Atrofia Muscular Espinhal (AME), foram presos em Joinville na quarta-feira (22). Casal usou parte dos cerca de R$ 3 milhões arrecadados na campanha para outros fins. Criança morreu.

Os pais do menino Jonatas, que tinha Atrofia Muscular Espinhal (AME), foram presos em Joinville, no norte de Santa Catarina, na quarta-feira (22). Eles estavam foragidos.

Ambos foram condenados por estelionato e apropriação de bens após usar parte dos cerca de R$ 3 milhões arrecadados na campanha AME Jonatas para outros fins, como carro, academia, skate e roupas.

O menino morreu em janeiro de 2021, aos 5 anos de idade, após quatro anos do início da campanha.

1. O que era a campanha AME Jonatas?

A campanha foi criada em 2017 pelos pais do menino Jonatas, diagnosticado com Atrofia Muscular Espinhal (AME), para arrecadar recursos para o tratamento da criança. A campanha, que repercutiu nacionalmente, arrecadou cerca de R$ 3 milhões.

2. Quando o menino morreu?

A morte foi divulgada pelos pais, nas redes sociais, em 24 de janeiro de 2022.

“Nosso pequeno grande guerreiro acordou bem, sorriu, tomou seu leitinho e voltou a dormir. Dormiu o sono eterno ocasionado por uma parada cardíaca”, escreveram os pais, na época.

3. Por que começaram a ser investigados?

Em janeiro de 2018, a Polícia Civil de Joinville começou a investigar a campanha AME Jonatas por suspeita de apropriação indébita, a pedido do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). O órgão suspeitava que os pais estavam usando o dinheiro arrecadado na campanha para adquirir bens de luxo.

4. A Justiça bloqueou valores da família?

No mesmo mês, a Justiça bloqueou os valores levantados com a campanha, cerca de R$ 3 milhões, e um veículo de R$ 140 mil que estava em nome dos pais da criança.

Menino Jonatas sofria de Atrofia Muscular Espinhal — Foto: Reprodução/NSC TV

5. Bens foram apreendidos?

Sim. Em março de 2018, a Polícia Civil de Joinville cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa dos pais, localizada no município. Foram apreendidos diversos produtos e roupas de marcas famosas, além de um veículo de luxo.

6. Quando e por que o casal foi indiciado?

Ainda em 2018, a Polícia Civil indiciou Renato e Aline Openkoski por estelionato e apropriação indébita.

7. Eles foram condenados?

Sim. Em outubro de 2022, os pais foram condenados pela Justiça catarinense, em primeiro grau, por estelionato e apropriação de bens. Em março deste ano, porém, terminou o período em que o casal podia recorrer da sentença.

8. Quando ocorreu a prisão?

Segundo a Polícia Civil, os pais foram presos na quarta-feira (22) em Joinville.

O delegado Rodrigo Maciel informou que a Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCami) foi acionada para a prisão há dois meses. Nessa época, foi finalizado o prazo de recursos para a defesa dos pais de Jonatas.

Desde então, os policiais fizeram trabalhos de inteligência e a campo, além de campanas. A investigação descobriu que o casal fugiu de Balneário Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina, onde morava. Na quarta, os dois foram encontrados escondidos em um imóvel no Morro do Meio, em Joinville, cidade onde foi lançada a campanha AME Jonatas, em 2017.

O advogado Emanuel Stopassola, da defesa dos pais, disse que “serão defendidos o devido processo legal, o contraditório, a ampla defesa e todos os meios de prova e recursos inerentes”.

Terra Brasil Notícias

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