SELO BLOG FM (4)

País bate recorde de 1 milhão de armas registradas, mas para Mourão “é pouco”

A POLÍTICA DE ARMAMENTO SEMPRE FOI UMA DAS PRINCIPAIS BANDEIRAS DE BOLSONARO E É APRECIADA PELO SEU VICE, HAMILTON MOURÃO. FOTO: REPRODUÇÃO/TWITTER

O general Hamilton Mourão declarou nesta terça-feira, 29, que considera os aumentos recentes de posse de armas registradas são insuficientes para a população brasileira. De acordo com dados do exército, a quantidade de armas registradas alcançou a marca de um milhão este ano, após uma série de decretos assinados por Bolsonaro que flexibilizaram as regras para posse de armas. Com a viagem do presidente eleito, Mourão é o presidente em exercício no Brasil.

Segundo o jornal O Globo, Mourão afirmou, em sua saída do gabinete no Palácio do Planalto, que “questão de arma é questão de livre arbítrio das pessoas, desde que elas se enquadrem no que prevê a legislação. Nós temos 220 milhões de habitantes, um milhão de armas tá pouco. Tem que ter mais”. A população brasileira atual estimada pelo IBGE é de 210 milhões de habitantes. O general também comentou sobre a imprecisão dos dados, considerando as armas que estão “nas mãos dos bandidos e não estão contadas”.

Dados da Polícia Federal revelaram que 36.009 novos armamentos foram registrados no Brasil entre janeiro e agosto de 2019. 52% dessas armas foram registradas a partir de junho, após os decretos presidenciais que flexibilizaram a posse no país. Com esse aumento, o Brasil atingiu a marca de 1.013.139 armas registradas, um número recorde. Em dezembro do ano passado, havia 678.309 armamentos. Os registros ativos concedidos pela Polícia Federal aumentaram em 49%, nesse período, não apenas devido a novas armas registradas, como também por causa de registros antigos que foram renovados.

A política do armamento é uma pauta de campanha de Bolsonaro, e uma das principais medidas defendidas por ele. No meio do ano, o presidente assinou uma série de decretos facilitando o registro legal de armas. Uma das principais medidas foi a transmissão da responsabilidade de declarar “efetiva necessidade” sobre a posse para o próprio solicitante. Além disso, o direito à posse foi ampliado para várias categorias.

A flexibilização do direito à posse de armas é bastante criticada por especialistas e, inclusive, pelo Ministério Público Federal (MPF). Os políticos que a defendem normalmente sugerem que essa política levaria a uma diminuição da violência no país, mas em nota técnica divulgada em outubro, o MPF declarou que as medidas tomadas por Bolsonaro intensificaram o “cenário de agressão ao Estatuto do Desarmamento e de enfraquecimento da segurança pública”. Para o Ministério, os decretos também tornaram mais difícil discernir armas que são ou não registradas pela Polícia.

Fórum

Compartilhe

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram

Comente aqui