
Um homem de 38 anos que havia admitido ter deixado sua filha de 2 anos morrer após ser esquecido dentro de um carro no calor extremo no Arizona, nos EUA, foi encontrado morto em casa no dia em que seria sentenciado. Christopher Scholtes tirou a própria vida, segundo informou a promotora do condado de Pima, Laura Conover, em coletiva de imprensa na quarta-feira (6).
“Em vez de comparecer para responder pelo que aconteceu aqui, fomos informados – e confirmamos- que o pai tirou a própria vida na noite passada”, afirmou Conover. Ela acrescentou: “A voz dessa garotinha quase foi silenciada porque a justiça não foi cumprida adequadamente esta manhã. Mas ela não foi e não será silenciada graças ao trabalho árduo das pessoas que atuam neste escritório”.
Scholtes seria julgado por homicídio em segundo grau e abuso infantil e poderia pegar até 30 anos de prisão. Ele havia se declarado culpado em outubro.
O caso ocorreu em 9 de julho de 2024, quando a filha de Scholtes, identificada como Parker, foi encontrada morta dentro do carro da família, estacionado na garagem da casa em Marana, região de Tucson. Naquele dia, a temperatura externa chegou a cerca de 43 °C no local.
Imagens de câmeras de segurança mostraram que a criança permaneceu sozinha dentro do veículo por aproximadamente três horas. Scholtes afirmou à polícia que deixou a filha dormindo no assento infantil por cerca de 30 minutos, com o carro ligado e o ar-condicionado funcionando, porque não queria acordá-la.
No entanto, investigações posteriores apontaram que o sistema do veículo desligava automaticamente após meia hora e que o homem sabia desse funcionamento. Segundo promotores, ele passou o período em que a filha estava no carro jogando videogame, bebendo cerveja e assistindo pornografia dentro de casa.
Quando a mãe de Parker, uma médica anestesiologista, chegou do trabalho por volta das 16h e não encontrou a filha, o corpo da menina foi descoberto no carro. Policiais registraram em vídeo Scholtes em pânico, dizendo que ela ficou lá fora “por não mais de 30 ou 45 minutos”. Parker foi levada ao Banner University Medical Center, onde foi declarada morta. Era o mesmo hospital em que sua mãe trabalhava.
Correio 24h
