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Ceará-Mirim: MPRN recomenda suspensão de contrato milionário na saúde

O prefeito de Ceará-Mirim, Antônio Marcos de Abreu Peixoto e a secretária municipal de Saúde, Maria Elaine Bezerra de Lima, devem suspender imediatamente a execução do convênio ou qualquer outra parceria firmada com o Instituto de Desenvolvimento Humano (IDH). Essa é a principal medida instruída pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) na recomendação dirigida aos gestores do Município.
As outras providências a serem tomadas pelo Município, recomendadas pelo MPRN através da 3ª Promotoria de Justiça da Comarca, são a diminuição de cargos comissionados e funções de confiança e a rescisão de contratos temporários ilegalmente mantidos e – após a recondução do Município a patamares inferiores ao do limite prudencial estipulado pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) – a deflagração de um concurso público para execução integral dos serviços públicos de saúde.
A Prefeitura de Ceará-Mirim celebrou, através do convênio 003/2016, pacto com o IDH, no montante de R$ 9.693.000,00, em 12 parcelas mensais de R$ 807.750,00, para universalizar a atenção básica em saúde, as ações de média e alta complexidade e o atendimento médico, odontológico, ambulatorial e hospitalar no município, para o período de um ano (de 1º de junho passado até 1º de junho de 2017).
O MPRN encontrou indícios de que o mencionado instituto não tem sede em endereço declarado e nem qualquer indicação de aptidão para prestar serviços do porte especificados para Ceará-Mirim, já que não registra empregados no Ministério do Trabalho.
A contratação do IDH burla a regra constitucional do serviço público e a LRF, que determina claramente que os valores dos contratos de terceirização de mão-de-obra que se referem à substituição de servidores e empregados públicos serão contabilizados como outras despesas de pessoal, devendo fazer parte do cálculo de despesas com pessoal.
Para emitir a recomendação, a 3ª promotora de Justiça da Comarca, Izabel Cristina Pinheiro, ainda considerou que a Constituição da República determina em relação à participação privada no SUS: “deve se dar de forma complementar, somente quando houver indisponibilidade da rede pública para garantir cobertura assistencial integral à população”.
Além de tudo, desde janeiro deste ano, a Prefeitura de Ceará-Mirim ultrapassou o limite prudencial de despesas com pessoal, de 52% da receita corrente líquida, demonstrado no relatório de gestão fiscal do 3º quadrimestre de 2015, de 28 de janeiro de 2016, publicado pelo prefeito e pela contadora do município.
Para a representante ministerial, a Prefeitura intenciona afrontar a LRF para evitar as proibições típicas de quem atinge o limite prudencial de despesas com pessoal: a concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a qualquer título; a criação de cargo, emprego ou função; a alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa; o provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a qualquer título e a contratação de hora extra.
Investigação
A recomendação é um desdobramento do inquérito civil nº 06.2016.00003289-8 instaurado pela 3ª Promotoria de Justiça da Comarca e que visa apurar a legalidade e moralidade do convênio celebrado entre a Prefeitura Municipal de Ceará-Mirim e o IDH.

CCJ aprova Conselho de Segurança Pública com inclusão de novas entidades

Com emendas encartadas pelo deputado Kelps Lima (Solidariedade), a Comissão de Constituição Justiça e Redação (CCJ) aprova o Projeto de Lei Complementar, de origem no Governo do Estado, dispondo sobre o Conselho Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (CONESP), relatado pelo deputado Carlos Augusto (PSD), na reunião realizada na manhã desta terça-feira (28).

“Esse é um Conselho muito importante para o sistema de Segurança Pública, com as diretrizes para o setor. Todas as instituições participantes vão poder sugerir e modificar a legislação da Segurança. Com a emenda do deputado Kelps, foram incluídas mais seis associações no Conselho”, destaca o deputado Carlos Augusto.

Na Comissão de Finanças e Fiscalização (CFF) já tinham sido incluídos os sindicatos dos Policiais Civis e Servidores Públicos da Segurança Pública (SINPOL) e dos Agentes Penitenciários do Estado (SINDASP). Agora foram incluídas a Associação dos Subtenentes e Sargentos (ASSKPMBR-RN); Associação dos Cabos e Soldados (ASPM-RN); Associação dos Oficiais (ASSOFRM) E Associação dos Bombeiros Militares (ABM).

Competirá ao Conselho, entre outras atribuições, propor políticas públicas nas áreas da segurança pública e da defesa social; planejar, coordenar e orientar a Política Estadual de Segurança Pública e da defesa social, compatibilizando-a com as diretrizes e metas do Governo do Estado e deliberar, propor e assessor o Executivo Estadual na defesa do direito à segurança pública.

Ainda na pauta desta terça-feira, a CCJ deliberou outras cinco matérias, sendo quatro aprovadas e uma considerada inconstitucional. Participaram da reunião os deputados Albert Dickson (PROS), Galeno Torquato (PSD), Gustavo Fernandes (PMDB) e Carlos Augusto.

 

Fraudes na Lei Rouanet desviaram mais de R$ 180 milhões, diz PF

Produtores culturais que integram um grupo ligado a eventos são responsáveis pelo desvio de cerca de R$ 180 milhões de recursos da Lei Rouanet, do governo federal, segundo a Polícia Federal. Foram cumpridos hoje (28), na chamada Operação Boca Livre, 14 mandados de prisão temporária de integrantes desse grupo, que atua desde 2001 em São Paulo.

Os mandados de prisão ainda estão sendo cumpridos. Os detidos serão encaminhados para a Superintendência da PF, na região da Lapa, na capital paulista. Em Brasília, policiais cumprem busca e apreensão na sede do Ministério da Cultura.

A ação investiga mais de 10 empresas patrocinadoras que trabalharam com o grupo e estima-se que mais de 250 projetos tenham recursos desviados. As empresas recebiam os valores captados com a lei e ainda faturavam com a dedução fiscal do imposto de renda. Com isso, o montante desviado pode ser ainda maior do que R$ 180 milhões, conforme a PF.

A organização apresentava iniciativas junto ao Ministério da Cultura e  à Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo para a aprovação e utilização de verbas de incentivo fiscal previstas na Lei Rouanet. As investigações mostram que os recursos foram usados para custear eventos corporativos, shows com artistas famosos em festas privadas para grandes empresas, livros institucionais e até mesmo festa de casamento.

Rodrigo de Campos Costa, delegado regional de Combate e Investigação ao Crime Organizado, disse que as irregularidades eram evidentes, com documentos fraudados de forma grosseira. “Houve, no mínimo, uma falha de fiscalização do Ministério da Cultura”, afirmou.

Em nota, o Ministério da Cultura informou que as investigações para apuração de uso fraudulento da Lei Rouanet têm o apoio integral do ministério e que “se coloca à disposição para contribuir com todas as iniciativas no sentido de assegurar que a legislação seja efetivamente utilizada para o objetivo a que se presta, qual seja, fomentar a produção cultural do país”.

Segunda fase

Na segunda fase da Operação Boca Livre, o objetivo será descobrir o porquê da falta de fiscalização das fraudes. “Esses projetos já saíam encarecidos [do Ministério da Cultura] com valores estratosféricos”, disse Karen Louise, procuradora do Ministério Público Federal.

“Há um procedimento de fiscalização, do próprio Ministério da Cultura. São fatos relacionados a 2014. Nós temos que aproveitar a operação para punir aqueles que desviaram recursos, mas também melhorar os procedimentos preventivos de fiscalização do dinheiro público”, disse o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes.

Os presos na operação poderão responder por crimes como organização criminosa, peculato, estelionato contra União, crime contra a ordem tributária e falsidade ideológica, cujas penas podem chegar a até 12 anos de prisão.

Projeto Agente Mirim de Trânsito aposta na educação para reduzir número de acidentes em Natal

PROJETO AGENTE MIRIM DE TRÂNSITO APOSTA NA EDUCAÇÃO PARA REDUZIR NÚMERO DE ACIDENTES EM NATAL

Dados da OnG Criança Segura dão conta de que o trânsito é a principal causa da morte acidental de crianças até os 14 anos de idade no Brasil. De posse desse dado alarmante, a Prefeitura de Natal, por meio da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU), teve a ideia de implantar o projeto Agente Mirim de Trânsito, que visa reduzir os números de acidentes na capital, focando na conscientização e disseminação de conteúdos para um número cada vez maior de pessoas, por meio da interatividade entre as crianças, suas famílias e a comunidade.

O lançamento do projeto ocorreu na manhã desta terça-feira (28), no Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte, com a presença do prefeito Carlos Eduardo Alves; secretária da STTU, Elequicina Maria dos Santos; representante do Clubinho Honda, das escolas e parceiros do projeto.

“O nosso objetivo é diminuir essa estatística que indica um alto índice de morte de crianças no trânsito. Tudo é uma questão de educação. Devemos ter a capacidade de educar a presente geração, que fará no futuro uma sociedade melhor. Devia ser proibido criança morrer”, disse Carlos Eduardo.

Ao agradecer a colaboração da secretária Elequicina dos Santos, o gestor observou que estimula muito o crescimento e o investimento nas pessoas: “Nós temos que nos voltar para os jovens. O Brasil precisa melhorar muito”.

Na prática, o projeto vai funcionar em parceria com escolas municipais e particulares. Uma equipe do Departamento de Educação da STTU vai orientar crianças de sete a 12 anos, e estas irão atuar como agentes multiplicadores em sua escola e em casa. Mais de 100 alunos foram selecionados para agente mirim de trânsito. As escolas que até o momento aderiram ao projeto são as seguintes: Escola Municipal Ulisses de Góis, Êxito Colégio e Curso, Facex, Centro Educacional Dom Bosco, Escola Boa Ideia e o projeto Amana.

De acordo com a secretária Elequicina dos Santos, o objetivo principal do projeto “é formar as crianças para o exercício da cidadania e da ética no trânsito, possibilitando a multiplicação desses conhecimentos e visando à segurança individual e coletiva”.

Para tanto, o projeto será dividido em três fases: a primeira fase vai preparar a criança para ser cidadã no trânsito e multiplicar o conhecimento adquirido; a segunda e terceira fases proporcionarão à criança uma compreensão maior sobre a função do agente mirim, participando inclusive de algumas vivências e experiências no trânsito que serão realizadas pela STTU, com foco na redução de acidentes e melhoria da segurança. Depois da formatura, os alunos também poderão participar de eventos como blitzen educativas, palestras e outras atividades na escola em que estudam.

O evento iniciou no pátio do Parque da Cidade com a apresentação da Filarmônica Reis Magos do Rotary Internacional, sediada no Pium e regida pelo mastro Geraldo Luis de França. No auditório, a banda executou o Hino Nacional. Logo após, houve a apresentação do projeto Agente Mirim de Trânsito pela pedagoga Alcina Pereira e o espetáculo musical O Agente Mirim, composto pelos educadores de trânsito da Secretaria, com coreografia e direção de Jair Fernandes. A cantora mirim Jhenifer Cunha encerrou o evento.

Sem material, cirurgias ortopédicas de urgência serão paralisadas em Natal

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE NÃO PAGOU O HOSPITAL MEMORIAL, ONDE SÃO REALIZADAS AS CIRURGIAS ORTOPÉDICAS. (REPRODUÇÃO/GOOGLE)

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE NÃO PAGOU O HOSPITAL MEMORIAL, ONDE SÃO REALIZADAS AS CIRURGIAS ORTOPÉDICAS. (REPRODUÇÃO/GOOGLE)

Apesar de o Governo Federal ter repassado para a Secretaria Municipal de Saúde de Natal, o montante do mês de abril destinado à compra de órteses e próteses para cirurgias ortopédicas, a Secretaria não pagou ao Hospital Memorial. O resultado é que as cirurgias de urgência começam a ser canceladas, pois este material é essencial para a realização dos procedimentos.

O hospital está com parte de suas atividades paradas desde a semana passada, em função de os médicos cooperados não estarem recebendo a produção médica da Cooperativa, uma vez que não há repasses do Governo Estadual, desde janeiro.

Mesmo diante deste quadro, cerca de quatro cirurgias de urgência ainda vêm sendo realizadas no Memorial diariamente. Agora, os pacientes mais graves também ficarão sem atendimento a partir desta quarta-feira, 29/06, já que as cirurgias ortopédicas dependem da grade completa de numeração das próteses e itens essenciais (parafusos, placas etc).

O secretário municipal de saúde, Luís Roberto Fonseca, está ciente de toda a situação mas alega falta de dinheiro para o repasse, ainda que o SUS já tenha liberado o valor correspondente ao material das cirurgias para o caixa da Secretaria.

Novo Jornal

Sancionada lei que permite entrada forçada em imóveis com focos de Aedes

O MOSQUITO TRANSMISSOR DE DOENÇAS COMO ZIKA, DENGUE E CHIKUNGUNYA

O MOSQUITO  É TRANSMISSOR DE DOENÇAS COMO ZIKA, DENGUE E CHIKUNGUNYA

A lei que permite entrada forçada de agentes de saúde em imóveis suspeitos de terem focos do Aedes aegypti, mosquito transmissor de doenças como zika, dengue e chikungunya foi publicada hoje (28) no Diário Oficial da União. A origem da lei foi uma Medida Provisória publicada em janeiro pela presidenta afastada Dilma Rousseff, com o objetivo de definir as regras para o combate ao mosquito.

Entre os vetos do presidente interino, Michel Temer, está o que isentava de impostos produtos como repelentes, larvicidas e inseticidas usados para o combate ao Aedes. O artigo que previa incentivo fiscal do imposto devido por pessoas físicas e jurídicas que fizessem doações a projetos de combate ao mosquito também foi vetado.

A entrada forçada de agentes de saúde é permitida nos casos em que os imóveis estejam em situação de abandono e em que o dono do imóvel esteja ausente ou não tenha permitido a entrada. Se necessário, os agentes poderão solicitar a ajuda à autoridade policial ou à guarda municipal.

A lei institui também o Programa Nacional de Apoio ao Combate às Doenças Transmitidas pelo Aedes (Pronaedes), com o objetivo de financiar projetos de combate à proliferação do mosquito transmissor. O Ministério da Saúde terá até 30 dias, contados a partir da publicação da lei, para regulamentar critérios e procedimentos para a aprovação de projetos deste programa.

Ainda de acordo com a lei, as mães de crianças acometidas por sequelas neurológicas decorrentes de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti terão direito a licença-maternidade pelo período de 180 dias. Ao final desse período, a criança terá direito, na condição de pessoa com deficiência, a receber benefício de prestação continuada temporário pelo prazo de três anos.

Agenda

O presidente interino, Michel Temer, viajou hoje cedo ao Paraná, onde participa da inauguração da nova fábrica de celulose da empresa Klabin. Dos R$ 8,5 bilhões investidos na obra, R$ 3,7 bilhões foram financiados pelo BNDES. A previsão é de que a fábrica produza, a cada ano, 1,5 milhão de toneladas de celulose e gere cerca de 1,4 mil empregos diretos e indiretos. Temer retorna hoje à tarde a Brasília.

Agência Brasil

Conselho de Ética abre processo contra Bolsonaro por elogio a torturador

 O MILITAR COMANDOU O DOI-CODI (DESTACAMENTO DE OPERAÇÕES INTERNAS) DE SÃO PAULO NO PERÍODO DE 1970 A 1974.(FOTO:MYKE SENA)


O MILITAR COMANDOU O DOI-CODI (DESTACAMENTO DE OPERAÇÕES INTERNAS) DE SÃO PAULO NO PERÍODO DE 1970 A 1974.(FOTO:MYKE SENA)

O Conselho de Ética da Câmara instaurou nesta terça-feira (28) processo contra o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ). O político é acusado de ter faltado com o decoro parlamentar durante seu voto para a abertura do processo de impeachment, em abril, quando Bolsonaro fez uma homenagem ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra.

O militar comandou o DOI-Codi (Destacamento de Operações Internas) de São Paulo no período de 1970 a 1974. Em 2008, tornou-se o primeiro militar a ser reconhecido pela Justiça como torturador durante a ditadura. Ustra morreu em outubro de 2015, durante tratamento contra um câncer.

Apenas cinco deputados estavam presentes, além do presidente do colegiado, João Carlos Araújo (PR-BA), mas o processo foi iniciado porque não é necessário haver quórum mínimo para a sessão. A Câmara está esvaziada pelas festas juninas. Apenas os deputados Júlio Delgado (PSB-MG), Marcos Rogério (DEM-RO), Alberto Filho (PMDB-MA), Capitão Augusto (PR-SP) e Zé Geraldo (PT-PA) participaram do conselho.

A representação do PV ao Conselho de Ética acusa Bolsonaro de ter feito apologia do crime de tortura e pede a cassação do mandato do deputado.

Ao anunciar seu voto a favor do impeachment, Bolsonaro disse que o fazia “pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra”.

Veja a transcrição da manifestação do deputado do PSC na votação do impeachment:

“Nesse dia de glória para o povo brasileiro, tem um nome que entrará para a história nessa data, pela forma como conduziu os trabalhos nessa Casa. Parabéns presidente [da Câmara] Eduardo Cunha. Perderam em 64, perderam agora em 2016. Pela família e pela inocência das crianças em sala de aula, que o PT nunca teve. Contra o comunismo. Pela nossa liberdade. Contra o Foro de São Paulo. Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff. Pelo Exército de Caxias, pelas nossas Forças Armadas. Por um Brasil acima de tudo, e por Deus acima de todos, o meu voto é sim”.

A Procuradoria-Geral da República também abriu um procedimento para investigar a manifestação de Bolsonaro durante a votação. Após a abertura do processo, o Conselho de Ética vai sortear um relator para o caso.

UOl

Ciro sugere ‘sequestrar’ Lula até uma embaixada se prisão for decretada

 EX-MINISTRO DIZ QUE MEDIDA SE JUSTIFICARIA PARA PERMITIR DEFESA 'ISENTA' DO EX-PRESIDENTE. (FOTO: JORGE WILLIAM/O GLOBO)


EX-MINISTRO DIZ QUE MEDIDA SE JUSTIFICARIA PARA PERMITIR DEFESA ‘ISENTA’ DO EX-PRESIDENTE. (FOTO: JORGE WILLIAM/O GLOBO)

Pré-candidato para a disputa à Presidência da República em 2018, pelo PDT, o ex-ministro Ciro Gomes não descarta a possibilidade de um gesto extremo de “solidariedade pessoal”, se o juiz Sérgio Moro ou outra autoridade decretar a prisão do ex-presidente Lula em uma situação que ele considere “fora das regras do estado democrático de direito”: formar um grupo de juristas, “sequestrar” o ex-presidente e levá-lo a uma embaixada com pedido de asilo para que ele possa se defender “de forma plena e isenta”.

O ex-governador do Ceará disse que a ideia surgiu na época em que o ex-presidente foi conduzido coercitivamente pela Polícia Federal para depor em São Paulo.

— Pensei: se a gente formar um grupo de juristas, a gente pode pegar o Lula e entregar numa embaixada. À luz de uma prisão arbitrária, um ato de solidariedade particular pode ir até esse limite. Proteger uma pessoa de uma ilegalidade é um direito — disse Ciro ao GLOBO.

Segundo o ex-ministro e ex-governador, essa medida pode ser pensada, “dependendo da qualidade da decisão” da Justiça em relação ao ex-presidente.

— Hoje, não enxergo motivos para uma prisão de Lula, embora eu esteja muito irritado com sua frouxidão moral. É obra dele a criação dessa linha sucessória que ai está. Quem criou esse monstro Eduardo Cunha foi Lula — disse Ciro.

CRÍTICAS A DILMA

O presidenciável, no entanto, criticou a decisão da presidente afastada, Dilma Rousseff, de nomear Lula ministro da Casa Civil para obter foro privilegiado, com o objetivo de evitar uma prisão. Também condenou o uso do aparato presidencial para visitar o ex-presidente em São Bernardo (SP), em ato de desagravo.

— A Dilma indicar o Lula para o ministério, para evitar a prisão foi um disparate. Ela ultrapassou os limites do cargo. Não podia envolver a Presidência da República. Tinha que ter feito um gesto de solidariedade pessoal, não com o uso do cargo. Agora, no meu caso, se acontecesse uma prisão arbitrária do Lula, seria um gesto de solidariedade particular, formar o grupo de juristas para preparar a defesa e sequestrá-lo para uma embaixada — disse Ciro.

O ex-ministro disse que apoia a Operação Lava-jato, mas considera as prisões temporárias uma espécie de tortura para obrigar os presos a fazer as delações premiadas. Sobre a condução coercitiva de Lula, ele disse ter sido um ato descabido e criminoso, já que o ex-presidente nunca se negou a comparecer para depor e prestar esclarecimentos sobre as denúncias.

O Globo

Decisão nega liberdade para PM acusado de tentativa de homicídio

O desembargador Gilson Barbosa não atendeu ao pedido de Habeas Corpus feito pela defesa do policial militar Jefferson Perceu Maciel Saraiva, denunciado pelo Ministério Público como autor de uma tentativa de homicídio qualificado, além do suposto cometimento dos crimes de roubo majorado e violação de domicílio. Assim, a decisão mantém o entendimento do Juízo da Vara Criminal de João Câmara, a qual determinou a internação provisória do acusado no hospital de custódia.

O fato ocorreu em 18 de fevereiro de 2014, por volta das 20h30, quando o policial militar, com intuito de matar, desferiu vários disparos de arma de fogo contra Rosenilda de Freitas Cândido, impossibilitando-lhe a sua defesa e somente não conseguindo realizar o homicídio por circunstancias alheias à sua vontade. O réu será levado a júri popular.

Na mesma data, segundo os autos, o denunciado invadiu uma residência, durante à noite e com uso de arma de fogo. Já em 20 de fevereiro de 2014, à tarde, roubou veículos, mediante grave ameaça, portanto arma de fogo, a fim de assegurar, segundo a denúncia, sua impunidade.

A defesa alegou, dentre outros pontos, que o acusado é portador de esquizofrenia paranoide, o que geraria, portanto, sua inimputabilidade, e que o seu quadro clínico e psíquico é estável, o que permitiria o tratamento ambulatorial, sendo, portanto, necessário, que seja tornado sem efeito a internação provisória, para a continuidade do tratamento, sob os cuidados de sua mãe e curadora, fora do hospital, em sua residência.

O desembargador Gilson Barbosa destacou que, primeiramente, os pedidos fundados na tese de negativa de autoria, bem como o de nomeação de profissional capacitado para avaliar o paciente, não podem ser aceitos, já que a via estreita do Habeas Corpus não é adequada para se analisar tais questões, por demandar um exame aprofundado de provas, conforme jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça.

“No caso dos presentes autos, pelo menos nesse momento inicial, não se verifica de modo irrefutável o apontado constrangimento ilegal, uma vez que não foram demonstrados elementos suficientes para revogar, de pronto, a decisão proferida pelo juiz inicial”, define.

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