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Governo planeja ação de emergência para ajudar Estados

O GOVERNO ACREDITA QUE O TRÂMITE DO PROJETO DE REGIME DOS ESTADOS NO INÍCIO DA PRÓXIMA LEGISLATURA SERÁ "MUITO RÁPIDO".

O GOVERNO ACREDITA QUE O TRÂMITE DO PROJETO DE REGIME DOS ESTADOS NO INÍCIO DA PRÓXIMA LEGISLATURA SERÁ “MUITO RÁPIDO”.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta quinta-feira, 15, que o governo federal vai discutir medidas emergenciais “possíveis” antes do regime de recuperação dos Estados, já que a votação na Câmara do projeto que suspende por até três anos o pagamento de dívidas deve ficar para 2017.

“Em alguns Estados que estão em maior emergência, como o Rio, vamos discutir as medidas emergenciais possíveis antes do regime de recuperação”, disse Meirelles ao apresentar o pacote de medidas para recuperar a economia. Segundo ele, o governo acredita que o trâmite do projeto de regime dos Estados no início da próxima legislatura será “muito rápido”. “Mesmo se houvesse a aprovação agora, as assembleias também vão entrar em recesso e deveria ficar para o final de fevereiro, março”, ponderou.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), segurou a sessão para que fosse firmado um acordo em torno do projeto, mas não obteve sucesso. “Quando outros Estados estiverem sem condição de pagar os salários, talvez seja tarde para que a Câmara possa colaborar com uma legislação que resolva a crise fiscal”, disse.

Líderes da base disseram que vão tentar mobilizar os deputados para que o texto seja apreciado na próxima semana, mas admitem que será difícil. “Acho complicado. Combinamos de encerrar os trabalhos esta semana. Muitos deputados já estão com viagens programadas”, disse o líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE).

Impasse

O projeto foi aprovado pelo Senado na quarta-feira e havia a expectativa de que fosse votado ontem na Câmara. As alterações feitas pelos senadores, porém, criaram um impasse na apreciação da matéria. O ponto que gerou mais polêmica foi a inclusão do chamado Regime de Recuperação Fiscal para os Estados que estão em situação crítica, como Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio.

Um dos pilares do regime é a suspensão do pagamento de dívidas dos Estados com a União por até 36 meses. Quem estiver no regime poderá contrair novos empréstimos com garantias da União, desde que os recursos sejam usados para renegociação de dívida ou para atender as necessidades do próprio regime, como programas de demissão voluntárias (PDV).

Em troca desses benefícios, os Estados prometem cumprir medidas de ajuste para retomar o equilíbrio financeiro, como a elevação da contribuição previdenciária dos funcionários públicos, além da proibição de conceder reajustes aos servidores, criar cargos e realizar concursos públicos.

A mudança foi acatada pelo relator do projeto na Câmara, deputado Esperidião Amim (PP-SC), que destacou que o novo regime é uma opção dos Estados e exige um plano aprovado pelas assembleias.

As contrapartidas exigidas, porém, fizeram com que os deputados da oposição não aceitassem votar a proposta. O argumento deles é que o plano interessa apenas a alguns Estados e que prejudica demais os servidores públicos.

Meirelles destacou que “não há dúvida” de que o projeto já teve um avanço ao ser aprovado no Senado. “Será um tramite rápido no início da próxima legislatura”, disse, destacando que já é um ganho o processo já estar em fase final.

Agência Estado

Nove bairros de Natal terão suspensão no abastecimento de água neste sábado (17)

Nove bairros de Natal ficarão temporariamente sem abastecimento de água neste sábado (17). A suspensão no fornecimento se dará em razão do serviço de manutenção elétrica que será feito na Estação Elevatória de Água Tratada (EEAT) de Lagoa Nova II da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern).

Os bairros afetados são Lagoa Nova, Bom Pastor, Cidade da Esperança, Nova Descoberta, Morro Branco, Potilândia, Lagoa Seca, Dix-Sept Rosado e Nazaré.

A previsão é que os serviços na elevatória durem o sábado inteiro, com estimativa para o reinício de seu funcionamento às 20h do mesmo dia. A regularização total do sistema vai ocorrer em até 48h após religação do sistema, tempo necessário para que a rede seja completamente pressurizada.

Show de Fagner encerra o segundo dia do Festival Literário de Natal

FAGNER SUPEROU UMA FRATURA NO OMBRO QUE LIMITOU OS SEUS MOVIMENTOS PARA LEVANTAR UM PÚBLICO ÁVIDO POR OUVIR SUAS MÚSICAS.

FAGNER SUPEROU UMA FRATURA NO OMBRO QUE LIMITOU OS SEUS MOVIMENTOS PARA LEVANTAR UM PÚBLICO ÁVIDO POR OUVIR SUAS MÚSICAS.

A segunda noite da programação do Festival Literário de Natal teve debates para todos os gostos e estilos literários. Além disso, o público que foi até a Praça Augusto Severo nesta quinta-feira (16) foi brindado com um super show do cantor Fagner que encerrou a noite embalando o público com os grandes sucessos de sua carreira. O prefeito de Natal, Carlos Eduardo, acompanhou tudo ao lado do secretário municipal de Cultura, Dácio Galvão.

Os debates literários da noite foram abertos na Tenda Moacy Cirne com o bate-papo bem interessante entre Március Cortez e Tácito Costa. Na sequência, todo mundo se dirigiu a tenda principal para assistir ao painel de debates sobre as obras literárias do advogado, professor e escritor potiguar Hélio Galvão. A mesa contou com as participações do jornalista Vicente Serejo, da professora Diva Cunha e da psicanalista Ana Galvão, filha de Hélio.

Os debatedores concentraram as suas observações sobre Hélio Galvão na sua obra “Cartas da Praia” que foi editado em três volumes. Todos destacaram a proeza do autor em descrever com detalhes mínimos o ambiente da época, o seu estilo de escrever elegante e muito perspicaz. Em 2016, se fosse vivo, Hélio Galvão celebraria 100 anos.

O segundo painel da noite envolveu a escritora Beatriz Bracher e o jornalista Vicente Serejo. Eles conversaram sobre a produção própria de Beatriz, mais precisamente sobre o romance “Anatomia do Paraíso”, uma das produções literárias mais premiadas que foi considerado melhor livro do ano, recebendo o troféu São Paulo de Literatura.

A terceira mesa de debates da noite foi muito especial. O jornalista potiguar Woden Madruga e a escritora Marina Colasanti divertiram a plateia com um diálogo bem descontraído e repleto de opiniões firmes a respeito da formação literária do brasileiro, bem como a necessidade de se investir mais em educação para que surjam cidadãos leitores que valorizem a literatura. Marina foi bastante assediada pelo público e distribuiu simpatia, encerrando o debate declamando um dos seus milhares de contos. Quem acompanhou não vai esquecer tão cedo.

Para finalizar a noite de literatura e música Fagner superou uma fratura no ombro que limitou os seus movimentos para levantar um público ávido por ouvir suas músicas. Ele não decepcionou. Foi um sucesso atrás do outro. Entre uma canção e outra ele declarava o seu amor por Natal e parabenizava a gestão do prefeito Carlos Eduardo pela promoção do evento: “A cidade está de parabéns pela valorização que dá a cultura”, falou.

Carlos Eduardo enalteceu a importância da realização do Festival Literário de Natal, agradecendo o apoio dos parceiros que foram fundamentais para a realização do evento em virtude da crise econômica que assola o país. O prefeito lembrou que o durante a realização do Natal em Natal a cidade se transforma na capital cultural do país e disse que o natalense já abraçou a causa: “Isso é cultura viva, pulsante, encantadora. Natal recebe os maiores nomes da literatura e da música do país de braços abertos. O FLIN está consolidado. Fico muito feliz de ver que o nosso trabalho em busca do fortalecimento da cultura venha dando resultado”, exaltou o chefe do executivo municipal”.

O Festival Literário de Natal segue nesta sexta-feira (16). A programação matinal voltada para a contação de histórias com Nara Kelly e depois um bate papo sobre Ilustração com Raissa Bulhões, Veruschka Guerra, Rodrigo Brum e José de Castro.

Na Tenda Cine Sesc acontece o lançamento e bate papo com os produtores do curta “Mar de Zila”, premiado no Edital Cine Natal 2014, promovido pela Prefeitura do Natal. À tarde, o público poderá assistir um bate papo sobre Deífilo Gurgel e ainda um debate com os autores Beatriz Madruga, Patrício, Gonzaga Neto e mediação de Carlos Fialho.

À noite, a literatura invade novamente a Tenda Principal, com debates imperdíveis reunindo Woden Madruga, Alex Nascimento, Mário Ivo Cavalcanti, Marco Lucchesi, José Paulo, Raimundo Fagner e para fechar a noite um pocket show de Virgínia Rodrigues. A banda potiguar Plutão Já Foi Planeta encerra a noite com um grande show no palco externo. Você não pode perder.

MPE vê “fortes traços de fraude” em gráficas da chapa Dilma/Temer

CHAPA DE DILMA E TEMER PARA A ELEIÇÃO DE 2014 ESTÁ SOB INVESTIGAÇÃO

CHAPA DE DILMA E TEMER PARA A ELEIÇÃO DE 2014 ESTÁ SOB INVESTIGAÇÃO

O Ministério Público Eleitoral (MPE) encontrou “fortes traços de fraude e desvio de recursos” ao analisar as informações colhidas com a quebra do sigilo bancário das gráficas Red Seg Gráfica, Focal e Gráfica VTPB, contratadas pela chapa de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer nas eleições de 2014.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apura se houve abuso de poder político e econômico na chapa Dilma/Temer no âmbito de um processo que pode levar à cassação do peemedebista e à realização de eleições indiretas em 2017 – se a cassação ocorre na primeira metade do mandato, a eleição é direta.

Em outubro, o relator do processo, ministro Herman Benjamin, determinou a quebra do sigilo bancário das gráficas e de seus sócios. A Corte Eleitoral montou uma força-tarefa com representantes da Polícia Federal, da Receita Federal e do Conselho de Controle de Atividades Financeiras para analisar as movimentações financeiras obtidas com a quebra do sigilo bancário.

As informações foram então analisadas pela Polícia Federal, responsável pela elaboração de um relatório que foi submetido à análise do Ministério Público Eleitoral em 30 de novembro.

Em manifestação encaminhada ao TSE, o Ministério Público Eleitoral afirmou que “há fortes traços de fraude e desvio de recursos que foram repassados às empresas contratadas pelo Comitê Eleitoral”.

Convergência

Na avaliação da força-tarefa do TSE, o relatório da Polícia Federal reforçou as conclusões obtidas com a perícia contábil realizada anteriormente nas gráficas, que já havia encontrado problemas na emissão de notas fiscais e na subcontratação de outras empresas para o fornecimento de bens e serviços à chapa presidencial eleita em 2014.

“O resultado da análise da movimentação bancária (…) é convergente com os resultados obtidos pelos peritos do juízo no laudo pericial nº 1/2016. Neste laudo, uma das conclusões em comum às empresas Focal, VTPB e Rede Seg é que, ante a falta de documentos que atestem a entrega efetiva de todos os produtos e serviços contratados pela chapa presidencial eleita, nesse contexto, identifica-se uma linha de investigação que sinaliza o desvio de finalidade dos gastos eleitorais para outros fins que não os de campanha”, ressalta a força-tarefa.

Diante das novas informações, a Polícia Federal sugeriu que fossem realizadas diligências nas empresas subcontratadas, em seus respectivos proprietários e sócios, com a obtenção de cópias de documentos e a realização de entrevistas. O pedido, no entanto, foi negado pelo ministro Herman Benjamin, relator do processo na Corte. Em entrevista ao Estado, Benjamin afirmou que esperaria o resultado da perícia para elaborar seu voto no caso, que, segundo ele, deve ser julgado em 2017.

Para o Ministério Público Eleitoral, a solicitação de novas diligências ultrapassa o escopo da ação judicial eleitoral.

Histórico

A ação contra a chapa Dilma-Temer foi proposta logo após as eleições de 2014 pelo PSDB com o argumento de que teria havido abuso de poder econômico. À época, já havia acusação de uso de recursos desviados da Petrobrás, alvo de investigação da Operação Lava Jato. A defesa da ex-presidente nega irregularidades. A defesa do presidente argumenta que as contas de campanha de Dilma e Temer eram independentes.

Estadão

Governo quer eliminar multa para demissão sem justa causa

 O GOVERNO QUER ELIMINAR A MULTA, HOJE EM 10% SOBRE O SALDO DO FGTS, COBRADA NOS CASOS DE DEMISSÃO SEM JUSTA CAUSA (THINKSTOCK)

O GOVERNO QUER ELIMINAR A MULTA, HOJE EM 10% SOBRE O SALDO DO FGTS, COBRADA NOS CASOS DE DEMISSÃO SEM JUSTA CAUSA (THINKSTOCK)

No prazo de dez anos, a multa cobrada do empregador em caso de demissão do trabalhador sem justa causa será eliminada.

A medida, anunciada pelo presidente Michel Temer em meio a um pacote para incentivar o crédito e a geração de empregos, tem como objetivo reduzir os custos indiretos para os empresários, de acordo com a equipe econômica.

De acordo com o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, a intenção é adotar a redução nos valores de forma gradual para que não cause impactos no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

Por meio de um projeto de lei complementar, o governo quer eliminar a multa, hoje em 10% sobre o saldo do FGTS, cobrada nos casos de demissão sem justa causa.

O objetivo é reduzir um ponto percentual por ano, durante dez anos. Ao anunciar a medida, o presidente informou que os valores não são repassados aos trabalhadores e disse que a multa “naturalmente onera os empresários”.

“A medida não tem impacto fiscal e reduz o custo do empregador, favorecendo a maior geração de empregos”, informou o governo, por meio de material distribuído durante o anúncio.

Rendimento

Outra novidade no FGTS será a distribuição de metade do resultado líquido do fundo para as contas dos trabalhadores.

Segundo Dyogo Oliveira, o objetivo é ampliar a remuneração dos valores depositados em pelo menos dois pontos percentuais, fazendo com que o rendimento fique mais semelhante ao que o trabalhador teria se depositasse o dinheiro na poupança.

“O que estamos fazendo é agregar a distribuição de uma parcela de 50% do resultado líquido do FGTS com isso, o total vai depender do total do fundo, mas haverá um acréscimo. Achamos que se aproxima em remuneração à da poupança. Isso não vai prejudicar políticas com o FGTS, porque será distribuído apenas o resultado líquido. Não há alteração dos passivos do fundo”, explicou o ministro.

Microcrédito

Assim como pretende fazer com as pequenas e médias empresas, o governo também estuda ampliar o limite de enquadramento para acesso ao microcrédito produtivo.

Atualmente, o teto do faturamento anual é de R$ 120 mil. A intenção é elevar o limite do programa para um ganho de R$ 200 mil por ano.

De acordo com Dyogo Oliveira, as operações têm custo baixo para as instituições financeiras, mas são importantes para os autônomos, que necessitam desse tipo de crédito.

O limite do nível de endividamento total permitido também será ampliado, de R$ 40 mil para R$ 87 mil, assim como o teto para cada operação, que subirá dos atuais R$ 15 mil para pouco mais de R$ 20 mil.

“Também teremos várias alterações de regras operacionais para facilitar, como a fiscalização por meios não presenciais”, disse ainda o ministro.

Exame

PF deflagra operação de combate a exploração sexual infantil no RN

OPERAÇÃO MEFISTO ACONTECE EM NATAL, MOSSORÓ, CAICÓ E TIBAU DO SUL.(FOTO: DIVULGAÇÃO)

OPERAÇÃO MEFISTO ACONTECE EM NATAL, MOSSORÓ, CAICÓ E TIBAU DO SUL.(FOTO: DIVULGAÇÃO)

A Polícia Federal do Rio Grande do Norte deflagrarou na manhã desta sexta-feira (16) uma operação de combate à exploração sexual de crianças e adolescentes. A ação acontece na capital potiguar e nas cidades de Tibau do Sul, na região Leste potiguar, em Caicó, no Seridó, e em Mossoró, na região Oeste.

Segundo a PF, 52 policiais federais estão cumprindo 12 mandados judiciais de busca e apreensão nos endereços residenciais de 10 pessoas investigadas. Sete delas moram em Natal. Os mandados fazem parte da Operação Mefisto, que visa identificar suspeitos e levantar dados que confirmem as provas já existentes dos crimes de exploração sexual através do assédio, armazenamento, produção e compartilhamento de material contendo cenas de pornografia infanto-juvenil.

Ainda de acordo com a PF, as investigações foram iniciadas em agosto. Foi constatado um aumento exponencial de crimes relacionados à exploração sexual de crianças e adolescentes através da internet, inclusive, com a utilização de redes sociais.

A operação foi batizada de Mefisto em alusão a Mefistófeles, uma entidade satânica da Idade Média conhecida como uma das encarnações do mal. Segundo a mitologia, o demônio era aliado de Lúcifer na captura de almas inocentes através da sedução e encanto.

G1 RN

Morre Villas-Bôas Corrêa, ícone do jornalismo político, aos 93 anos

O MAIS ANTIGO JORNALISTA POLÍTICO DO PAÍS MORREU NA NOITE DESTA QUINTA-FEIRA (15)

O MAIS ANTIGO JORNALISTA POLÍTICO DO PAÍS MORREU NA NOITE DESTA QUINTA-FEIRA (15)

Luiz Antônio Villas-Bôas Corrêa contou uma vez que havia nascido em uma família tipicamente classe média, na Tijuca. E explicou. Na casa dele, liam-se muitos livros. O avô, Luiz de Castro Villas-Bôas, não tinha uma grande biblioteca em casa, mas comprava livros. Tinha José de Alencar, Machado de Assis, Paulo Setúbal, Humberto de Campos. E liam-se jornais também. No tempo em que matutinos e vespertinos eram separados. Depois, chegou o rádio, na década de 30. Todos em sua casa liam, ouviam rádio, mas praticamente não falavam de política, conforme ele contou em depoimento ao CPDoc da Fundação Getúlio Vargas.

As conversas de Villas-Bôas nessa seara começaram exatamente na Faculdade Nacional de Direito, onde entrou em 1943. Na época, viveu o clima estudantil, presidiu o centro acadêmico e redigiu o manifesto da instituição saudando a queda de Getúlio Vargas e do Estado Novo juntamente com Ciro Maciel. Ali, já estava formado o perfil do analista político mais antigo em atividade no Brasil, que se autodefinia como o “último sobrevivente da geração que cunhou o modelo de reportagem política que ainda hoje se pratica”.

Já formado pela Faculdade Nacional de Direito, onde se graduou em 1947, ele era funcionário público do antigo Serviço de Alimentação da Previdência Social quando decidiu se iniciar no jornalismo. O motivo: precisava de mais dinheiro para pagar as despesas do parto do segundo filho, que nascera de cesariana. Estreou então em 1948 no jornal “A notícia”, cuja redação ficava na Avenida Rio Branco, no Centro. Escrevia pequenas notas sobre diferentes assuntos, inclusive policiais. Sua primeira grande reportagem foi uma denúncia sobre propina envolvendo um tabelião — irmão do então vice-presidente da República, Nereu Ramos — e o ministro da Viação e Obras Públicas da época, Clóvis Pestana.

“Durante 12 anos, meu local de trabalho foi a Câmara, no Palácio Tiradentes. Como não havia gabinetes privativos, à exceção da Presidência e de algumas lideranças, o ambiente facilitava o convívio. Os jornalistas passavam o dia acompanhando o processo político e os debates”, lembrou Villas-Bôas, em entrevista publicada no site da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) em dezembro de 2008.

Para os jornalistas, Villas-Bôas sempre foi uma referência.

— Ao lado de Carlos Castelo Branco, o Castelinho, Villas-Bôas foi um dos maiores nomes do jornalismo político durante toda a metade do século XX. Nesse período, ele viveu momentos intensos, passando pelos governos de Juscelino Kubitschek e João Goulart. Houve o golpe de 1964, a ditadura militar, as lutas pela redemocratização, a anistia, as Diretas Já. Ou seja, ele foi um analista privilegiado desses momentos intensos da história do Brasil — disse o jornalista Ancelmo Gois, colunista do GLOBO, que trabalhou com Villas-Bôas no “Jornal do Brasil”.

O escritor e jornalista Zuenir Ventura também foi colega de Villas-Bôas no “JB”, além de grande amigo do colunista.

— O Villas foi um dos grandes representantes daquela geração de cronistas políticos que tiveram a maior importância no Brasil durante períodos difíceis como a ditadura. Ele era também um grande repórter, além de analista político. Lembro-me quando houve o atentado no Riocentro, a bomba lançada pelos terroristas de direita. Foi ele quem deu esse furo. Na época, ele foi o primeiro a dizer que eram terroristas de direita, ou seja, um tenente e um sargento do Exército. Ele teve a coragem de dizer isso. Villas era um repórter de grande perspicácia jornalística e um grande analista. Ele e o Castelinho foram dois dos melhores representantes do jornalismo político do Brasil.

Villas-Bôas estava internado desde sexta-feira passada no Hospital São Lucas, em Copacabana, com problemas respiratórios. Ele morreu hoje, aos 93 anos. Viúvo, deixa três filhos e três netos.

O Globo

Pastor Silas Malafaia é detido em condução coercitiva pela PF

 ELE É SUSPEITO DE EMPRESTAR CONTAS DA INSTITUIÇÃO DELE PARA AJUDAR A OCULTAR DINHEIRO

ELE É SUSPEITO DE EMPRESTAR CONTAS DA INSTITUIÇÃO DELE PARA AJUDAR A OCULTAR DINHEIRO

O pastor Silas Malafaia foi alvo de mandado de condução coercitiva nesta sexta (16) pela manhã dentro da Operação Timóteo, deflagrada em 11 estados e no Distrito Federal.
Os policiais fazem buscas e apreensões em 52 diferentes endereços relacionados com uma organização criminosa investigada por um esquema de corrupção em cobranças judiciais de royalties da exploração mineral (65% da chamada Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais – CFEM – tem como destino os municípios).
Entre os investigados está o pastor Silas Malafaia, que teria participado da lavagem de dinheiro por supostamente ter recebido valores do principal escritório de advocacia responsável pelo esquema. Ele é suspeito de emprestar contas da instituição dele para ajudar a ocultar dinheiro.
O diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral, Marco Antonio Valadares Moreira, e a mulher dele foram presos pela PF.
Segundo nota da PF, além das buscas, os 300 policiais federais envolvidos na ação também cumprem, por determinação da Justiça Federal, 29 conduções coercitivas, 4 mandados de prisão preventiva, 12 mandados de prisão temporária, sequestro de 3 imóveis e bloqueio judicial de valores depositados que podem alcançar R$ 70 milhões.
O juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da Justiça Federal de Brasília, determinou ainda que os municípios se abstenham de realizar quaisquer atos de contratação ou pagamento aos 3 escritórios de advocacia e consultoria sob investigação.
A Operação Timóteo começou ainda em 2015, quando a então Controladoria-Geral da União enviou à PF uma sindicância que apontava incompatibilidade na evolução patrimonial de um dos diretores do DNPM. Apenas esta autoridade pública pode ter recebido valores que ultrapassam os R$ 7 milhões.
As ações da PF acontecem nas seguintes unidades da federação: BA, DF, GO, MT, MG, PA, PR, RJ, RS, SC, SE e TO.
O nome da operação é referência a uma passagem do livro Timóteo, integrante da Bíblia Cristã: “Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição”.
As provas recolhidas pelas equipes policiais devem detalhar como funcionava um esquema em que um Diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral detentor de informações privilegiadas a respeito de dívidas de royalties oferecia os serviços de dois escritórios de advocacia e uma empresa de consultoria a municípios com créditos de CFEM junto a empresas de exploração mineral.
Em 2015, os valores recolhidos a título de CFEM chegaram a quase R$ 1,6 bilhão.

Câmara mantém Proeduc e garante recursos para educação infantil

A MATÉRIA FOI APROVADA COM QUATRO EMENDAS PARLAMENTARES CONSENSUAIS, QUE IMPEDEM A DIMINUIÇÃO DE RECURSOS NA EDUCAÇÃO

A MATÉRIA FOI APROVADA COM QUATRO EMENDAS PARLAMENTARES CONSENSUAIS, QUE IMPEDEM A DIMINUIÇÃO DE RECURSOS NA EDUCAÇÃO

O plenário da Câmara Municipal de Natal apreciou, na sessão ordinária desta quinta-feira (15), o Projeto de Lei Complementar n° 010/2016 de autoria do Executivo que integra um pacote de medidas para conter despesas e aumentar a arrecadação de tributos. Entre outros pontos, o prefeito Carlos Eduardo propôs a suspensão de benefícios fiscais de empresas e a revogação da concessão de bolsas de estudo aos alunos da rede de ensino superior nos termos da Lei Promulgada 257/2008 (Proeduc).
Durante os debates, foram apresentadas emendas com a intenção de melhorar o projeto do governo. Destaque para duas emendas: uma da vereadora Amanda Gurgel (PSTU) que direcionou 50% dos tributos pagos pelo setor privado de ensino superior para as escolas públicas da capital potiguar e uma do vereador Júlio Protásio (PDT) que garante a continuidade do Proeduc pelos próximos dois anos.
A presidente da Comissão de Educação, Cultura e Desporto, vereadora Eleika Bezerra (PSL), que adotou uma postura crítica em relação ao programa de financiamento estudantil, frisou sua preocupação com as deficiências no ensino infantil e a falta de vagas nas creches. “Eu não sou contra o Proeduc, mas creio que a educação básica deve ser a prioridade do Município. Deixei bem clara a minha posição desde o início. São mais de 30 mil crianças sem creche ou escola, com matrículas feitas por sorteio. Enfim, acredito que primeiro devemos investir na base para depois pensar na universidade”, justificou Eleika.
Por fim, a matéria foi aprovada com quatro emendas parlamentares consensuais, que impedem a diminuição de recursos na educação e retiram isenções fiscais para gerar receitas afim de manter investimentos. “A manutenção do Proeduc representa uma conquista dos estudantes da nossa cidade. Toda iniciativa para promover a educação da juventude é bem-vinda. O programa garante o acesso ao ensino superior dos estudantes que não podem arcar com os custos de uma faculdade particular”, defendeu o vereador Júlio Protásio, autor da Lei que instituiu o Proeduc.
De acordo com a vereadora Amanda Gurgel (PSTU), os esforços devem estar direcionados para a educação pública. “Defendi a continuidade do Proeduc sem a compensação fiscal para as instituições privadas do ensino superior. Além disso, os alunos beneficiados pelo programa podem ocupar as vagas ociosas nestas universidades sem custos adicionais para a população”, disse ela. “Também garantimos que metade de todos os impostos pagos pela iniciativa privada seja aplicada nas cheches e escolas públicas”, completou.

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