
ALDO CLEMENTE ACHA QUE DECISÃO SOBRE A RECONTAGEM DE VOTOS QUE TIROU O SEU MANDATO SOFREU INFLUÊNCIA POLÍTICA – foto Elpídio Júnior
Em entrevista ao BLOG DO FM, o já ex-vereador Aldo Clemente confirmou que não descarta a ocorrência de influência política na decisão judicial que determinou a recontagem dos votos atribuídos ao candidato a vereador Júnior Grafith (PDT) nas eleições de 2016 em Natal – fato este que culminou, nesta quarta-feira, com a perda de seu mandato e a imediata diplomação do ex-vereador Ary Gomes para o seu lugar. A declaração de Aldo Clemente tem sintonia com informação repassada ao BlOG DO FM por uma fonte sediada em Brasília, segundo a qual o senador José Agripino Maia (DEM) teria diligenciado junto a Corte eleitoral para que esta fosse favorável a recontagem dos votos de Grafith, iniciativa que gerou a consequente perda do mandato de Clemente. A suposta interferência de Agripino no processo, segundo a fonte brasiliense, teria a ele sido solicitada por dois influentes políticos com ampla atuação na capital, Natal.
“Eu soube que tinha movimentação política no processo, mas o DNA não tenho ainda como confirmar. Só tenho a lamentar. Esse tipo de política ficou lá para trás, no passado. É politicagem barata desses políticos antigos, que eu não concordo e só tenho a repudiar ”, disse, acrescentando não ter informações precisas sobre se Agripino Maia teria atuado diretamente no processo.
No entanto, Aldo Clemente disse “estranhar” o TSE julgar “uma coisa contra as suas próprias jurisprudências e súmulas”.
Aldo Clemente destaca também que a forma como a decisão sobre a recontagem de votos se concretizou sugere a ocorrência de interferência politica.
“Eu imagino que sim, pois (o que correu) não é normal: Júnior Grafith perdeu na primeira instância aqui, perdeu na segunda, que é o TRE, perdeu no TSE, numa reclamação que fez lá; e perdeu até no Recurso Especial dele, que o ministro não recebeu”. Explica.
E acrescenta: “no entanto, depois de três dias, o ministro voltou atrás e recebeu o recurso para ir para julgamento. Olhe como foi o nível do processo – ele (Grafith) perdeu aqui, perdeu no TRE, perdeu no TSE, numa reclamação que não foi nem recebida pelo ministro relator na época, Henrique Neves. Depois de três dias, o ministro voltou atrás, mandado levar para julgamento no plenário, que deu 4X3 a favor do registro de candidatura de Júnior Grafith e, consequentemente, da recontagem dos votos. Eu imagino que foi uma articulação, mas só tenho a lamentar”, enfatizou.
Aldo Clemente revela que já entrou com recurso junto ao Tribunal Superior Eleitoral, com o objetivo de tentar reformar a decisão, que ele acredita ainda ser possível reverter. “O direito da parte contrária é muito ruim e eu acredito na reversão da decisão. Tem súmula e jurisprudência que favorecem a uma discussão mais séria desse processo”, disse.
Ele disse ainda que não se arrepende de ter uma postura de independência, mesmo que este fato tenha desagradado políticos com atuação em Natal, a ponto de levá-los a, supostamente, trabalhar nos bastidores para afastá-lo da Câmara Municipal.
“Eu realmente faria de novo tudo o que eu fiz na eleição na Câmara. Me declaro independente. Não tenho rabo preso com ninguém. Fui eleito pelo povo e não devo a seu ninguém, nem ficaria sendo capacho de ninguém. Mesmo perdendo meu mandato, eu faria tudo de novo, pois fui eleito para isso”, enfatiza.









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