Mulher foi presa com 45 mil comprimidos de ecstasy (Foto: Divulgação/PF)
A Polícia Federal prendeu em flagrante na madrugada deste domingo (10/9), no aeroporto internacional de São Gonçalo do Amarante, Região Metropolitana de Natal, Isamara Alves, manicure, cearense, 24 anos, acusada de tráfico de drogas. Ela desembarcou de um voo procedente de Lisboa, Portugal e trazia escondido na bagagem cerca de 45 mil comprimidos de ecstasy.
A ação ocorreu durante uma fiscalização de rotina realizada pelos policiais da Delegacia de Polícia de Imigração em conjunto com fiscais da Receita Federal, ocasião em que duas malas de aspecto suspeito foram identificadas após submetidas a exames de raios X.
A passageira, informalmente entrevistada, se mostrou apreensiva, o que levou a que uma busca mais detalhada fosse feita nos seus pertences. Após a retirada de todos os itens, ainda assim percebeu-se um peso incomum na bagagem, pois a droga estava oculta nos fundos falsos existentes em ambas as malas e distribuídas em 6 tabletes de comprimidos prensados.
Depois do achado, a mulher recebeu voz de prisão e foi conduzida para autuação na sede da PF, onde horas mais tarde negou-se a responder as perguntas que lhe foram formuladas, invocando o direito constitucional de permanecer calada e só falar em Juízo.
Indiciada em tráfico internacional de drogas, a acusada permanece sob custódia na Superintendência da Polícia Federal em Natal, à disposição da Justiça.
Esta foi a 3ª maior apreensão de droga sintética já realizada pela PF naquele aeroporto desde que o equipamento foi inaugurado em 2014.
Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) vai resgatar brasileiros que se encontram na Ilha de São Martinho, no Caribe, na próxima terça-feira (12). A ilha foi uma das mais atingidas pelo Furacão Irma e, segundo o Itamaraty, tem 32 brasileiros neste momento – sendo 30 em Saint Maarten (lado holandês da ilha) e dois em Saint Martin (lado francês).
De acordo com nota divulgada neste domingo (10) pelo Itamaraty, o governo brasileiro já identificou que há mais 22 brasileiros na Ilha de Tortola e 11 em Turcas e Caicos, que são territórios britânicos. No entanto, o aeroporto de Tortola não tem condições de aterrissagem após a passagem do Irma.
Por isso, o Ministério de Relações Exteriores brasileiro está em contato com França, Países Baixos e Reino Unido para “averiguar se estaria sendo elaborado plano de socorro e evacuação dos nacionais nas respectivas ilhas, no intuito de verificar a possibilidade de inclusão de brasileiros naquelas operações”. “Com efeito, alguns brasileiros, que se encontravam em regiões determinadas, já receberam apoio ou lograram ser retirados das ilhas graças à cooperação daqueles países”, informa o Itamaraty.
As três ilhas não têm rede de atendimento consular brasileiro, por isso, as tratativas estão sendo feitas pelas embaixadas na Europa. Apesar disso, o Itamaraty informa que montou um núcleo de atendimento emergencial em Brasília e uma rede de comunicação em tempo real com os postos consulares nestes países para reunir as informações sobre brasileiros afetados pela catástrofe.
“Até o momento, o núcleo de atendimento e os postos no exterior já receberam centenas de ligações e mensagens de brasileiros que se encontram nas regiões afetadas e de seus familiares e amigos. Graças a esta rede de contatos, vêm sendo superadas as dificuldades de comunicação causadas pela interrupção das linhas em algumas regiões e, sobretudo, pela inexistência de postos da rede consular brasileira, de carreira ou honorários, nas três ilhas”, acrescenta a nota.
Danos e mortes
Ainda de acordo com as informações do Itamaraty, as três ilhas sofreram “colapso total ou parcial da infraestrutura de transportes, comunicações e abastecimento”.
Em sua passagem pelo Caribe, o Furacão Irma deixou pelo menos 25 mortos, além de mais três em sua chegada à Flórida neste domingo. No entanto, as perdas humanas podem ser maiores, uma vez que os países atingidos estão em grande parte sem comunicação, o que pode ter provocado a subnotificação das mortes.
Antes de chegar aos Estados Unidos e perder força, o Irma passou por Cuba ontem deixando inundações severas em Havana e Varadero, informou a Agência EFE. Ainda segundo a EFE, em Porto Rico, onde o furacão passou há três dias, 66% do serviço de fornecimento de energia já foi restabelecido.
O empresário Joesley Batista e o ex-executivo da J&F Ricardo Saud se entregam por volta das 14h15 à Polícia Federal (PF), em São Paulo. A informação foi confirmada pela assessoria da companhia. A prisão temporária foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
O pedido de prisão foi feito depois de Janot concluir que os colaboradores esconderam do Ministério Público fatos criminosos que deveriam ter sido contados nos depoimentos. A conclusão de que os delatores omitiram informações passou a ser investigada pela PGR a partir de gravações entregues pelos próprios delatores como complemento do acordo.
A PGR também pediu a prisão do ex-procurador da República Marcelo Miller, mas Fachin disse que não há elemento indiciário com a consistência necessária à decretação da prisão temporária.
Fachin havia determinado que o cumprimento dos mandados ocorressem com a “máxima discrição e com a menor ostensividade”, evitando o uso de algemas, pois não se trata de pessoas perigosas. “Deverá a autoridade policial responsável pelo cumprimento das medidas tomar as cautelas apropriadas, especialmente para preservar a imagem dos presos, evitando qualquer exposição pública”, diz a decisão.
No sábado (9), a defesa do grupo J&F colocou à disposição os passaportes do empresário Joesley Batista e do ex-diretor de Relações Institucionais da holding Ricardo Saud. A defesa do ex-procurador Marcelo Miller também colocou os documentos dele à disposição.
Defesa
A defesa do empresário Joesley Batista e do ex-executivo do grupo J&F Ricardo Saud contestou, por meio de nota, que eles tenham mentido ou omitido informações no processo que levou ao acordo de delação premiada.
“Em todos os processos de colaboração, os colaboradores entregam os anexos e as provas à Procuradoria [Geral da República] e depois são chamados a depor. Nesse caso, Joesley Batista e Ricardo Saud ainda não foram ouvidos”, diz a nota.
A defesa relembra que, no dia 31 de agosto, cumprindo o prazo do acordo, foi entregue à PGR, além dos áudios, anexos complementares para compor a delação. Os advogados apontam ainda que eles aguardam para serem ouvidos.
“O empresário e o executivo enfatizam a robustez de sua colaboração e seguem, com interesse total e absoluto, dispostos a contribuir com a Justiça”, afirma a defesa.
Advogado
O advogado de Joesley e Saud, Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, divulgou uma nota afirmando que os delatores cumpriram rigorosamente tudo o que lhes era imposto ao assinarem o acordo de delação premiada.
“Não pode o Dr. Janot [Rodrigo Janot, procurador-geral da República] agir com falta de lealdade e, insinuar que o acordo de delação foi descumprido. Os clientes prestaram declarações e se colocaram sempre à disposição da Justiça. Este é mais um elemento forte que levara a descrença e a falta de credibilidade do instituto da delação”, disse o advogado, em defesa da revisão do uso do instituto de delação premiada.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou hoje (8) denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra senadores do PMDB do Senado pelo crime de organização criminosa. Foram denunciados os senadores Edison Lobão (MA), Romero Jucá (RR), Valdir Raupp (RO) e Jader Barbalho (PA), além do ex-senador José Sarney.
A íntegra da denúncia ainda não foi divulgada, mas está relacionada com a delação premiada do ex-diretor da Transpetro, Sérgio Machado, empresa subsidiária da Petrobras.
Furacão Irma, o mais forte já registrado no Oceano Atlântico. Foto: Divulgação/Nasa
Três furações estão ativos no oceano Atlântico: Irma, Katia e José, um evento raro. Na semana passada, os Estados Unidos foram impactados pelo Furacão Harvey e o México, e do lado do Pacífico, no México o Lídia. Na temporada de furacões – convencionada por meteorologistas entre junho e novembro – sempre se pergunta, por que nomes de pessoas para o fenômeno. A resposta é mais simples que parece: o padrão facilita divulgação de alertas.
Além de facilitar os alertas e avisos para administrar o evento junto à população (protocolos de evacuação, informações sobre tempestades, etc), a adoção de um nome para a fenômeno é fundamental para evitar confusões. O site oficial da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, sigla em inglÊs) dos Estados Unidos explica que haveria mais erros e a população poderia ficar confusa. As consequências mais sérias, no caso de dois furações simultâneos na mesma época ou região.
Como os nomes são escolhidos?
Atualmente a definição dos nomes é feita pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), na Suíça, parte das Nações Unidas ONU, com 189 países membros. A lista tem 21 nomes selecionados previamente de nomes enviados por entidades oficiais regionais. A lista alterna nomes masculinos e femininos em ordem alfabética. A cada seis anos, uma nova lista é criada. Porém, atualmente. um grupo de membros da organização reavalia e acrescenta novos nomes para substituir os que foram “arquivados”.
Nomes de furacões que causaram grandes tragédias são retirados e não voltam a ser usados, para que não haja confusão. Assim, não haverá outro furacão Katrina, como o da tragédia de Nova Orleans em 2005.
História dos nomes
O livro “Furacões”, de Ivan Tannehill, é citado como referência na história dos nomes dos furacões pelo NOAA. Segundo ele, no século XIX os furacões eram “batizados” em função do dia de santos católicos, por exemplo, furação “Santa Ana”, que arrasou Porto Rico em 28 de julho de 1825, além de San Felipe I, que atingiu a mesma cidade em 13 de setembro de 1876.
O uso de nomes de mulheres é atribuído ao meteorologista australiano, Clement Wragge. Segundo Tannehill, o meteorolgista australiano teria passado a usar, para as tempestades tropicais, os nomes de mulheres das quais ele sentia raiva ou não gostava.
Durante a Segunda Guerra Mundial, integrantes da Marinha e do Exército dos Estados Unidos começaram a mapear furacões e tempestades no Oceano Pacífico e dar-lhes informalmente nomes femininos.
Já em 1953, os Estados Unidos começaram a usar nomes femininos oficialmente em tempestades tropicais no oceano Atlântico. Em 1978, o NOAA adotou uma lista de nomes de ambos os gêneros para os furacões do Pacífico. No ano seguinte, em 1979, os nomes masculinos e femininos foram incluídos em listas para o Atlântico.
Nomes reserva
Caso ocorram mais de 21 ciclones tropicais durante uma temporada, a OMM recorre à lista de nomes do alfabeto grego: Alfa, Beta, Gama, Delta e assim por diante.
Os preços de venda da gasolina e do diesel às distribuidoras serão reajustados amanhã (9) em 2,6% e 1,5%, respectivamente, segundo informou hoje (8) a Petrobras.
De acordo com a política de preços adotada pela empresa no final de junho, que passou a vigorar no dia 3 de julho, reajustes podem ser aplicados a qualquer momento, até diariamente, desde que a variação acumulada no mês por produto esteja dentro da faixa de +7% ou -7%.
Segundo informou a assessoria de imprensa da Petrobras, quando se atinge no mês mais de 7% ou menos de 7% de reajuste, o Grupo Executivo de Mercado e Preços da companhia se reúne e analisa se vai haver alguma correção.
No ajuste anterior, que passou a vigorar ontem (7), o aumento para o diesel foi 0,7%, enquanto para a gasolina houve redução de 3,8%.
Segundo a companhia, a revisão da política aprovada em junho “permitirá maior aderência dos preços do mercado doméstico ao mercado internacional no curto prazo e possibilitará a companhia competir de maneira mais ágil e eficiente”.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, vai pedir a revogação da imunidade do empresário Joesley Batista e dos demais executivos do Grupo J&F, depois de áudios divulgados na segunda-feira passada. Joesley tinha obtido o perdão judicial após assinar acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República em abril. A decisão de Janot pode abrir brecha para que o empresário e os demais executivos sejam alvo de medidas cautelares e até de um pedido de prisão.
Ontem, o empresário Joesley Batista, um dos donos da holding J&F, ficou pela primeira vez frente a frente com procuradores da República após a revelação de gravações de diálogos dele que atingem o Ministério Público Federal (MPF). Joesley chegou à sede da Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília, por volta das 10h. Enqaunto isso, Janot passou o dia monitorando, a distância, o depoimento do empresário e dos executivos da J&F Ricardo Saud e Francisco de Assis. Quem esteve com o procurador-geral nos últimos dias afirma que ele estava decidido a revogar o benefício dado aos delatores em razão da gravação entregue pela própria empresa. O veredicto final sobre as consequências adotadas por Janot deve sair hoje.
Joesley chegou ao local acompanhado de outros dois delatores, Ricardo Saud, diretor de Relações Institucionais do grupo, e do advogado Francisco de Assis e Silva. Em depoimento, Joesley negou que o ex-procurador Marcelo Miller, hoje advogado, o tenha orientado a gravar uma conversa com o presidente Michel Temer. Se Miller fez isso enquanto ainda estava no MP, cometeu crime.
Além do esforço para salvar Miller, o empresário também terá de se defender das suspeitas de que agiu de má-fé na delação premiada ao Ministério Público, o que anularia benefícios concedidos a ele.
Os depoimentos de Saud e de Silva duraram cerca de duas horas cada um. O de Joesley, quase três. Tanto na chegada quanto na saída, o empresário conseguiu passar longe dos jornalistas. Quem conduziu a ausculta dos envolvidos foi a subprocuradora-geral da República Cláudia Marques, que é a responsável por reavaliar o acordo de delação premiada firmado pelos executivos. Além de Cláudia, outros quatro procuradores estavam acompanhando os depoimentos.
Ajuda
Na gravação de conversas entregue pela defesa dos executivos, Joesley declarou que Miller o ajudou no processo de delação. Destacou que era alguém importante para chegar até o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. As declarações foram feitas em conversa com Ricardo Saud. “Por isso é que eu quero que nós dois temos (sic) que estar 100% alinhado. Nós dois e o Marcelo, entendeu? É, mas nós dois temos que operar o Marcelo direitinho pra chegar no Janot e pá. Porque nós temos que… Eu acho, é o que eu falei pra Fernanda (advogada), é o que eu falei pro… Nós nunca podemos ser o primeiro. Nós temos que ser o último. Nós não podemos ser… “, afirmou o empresário no áudio.
No depoimento de ontem, ele afirmou que, em um trecho em que comenta o pagamento de R$ 40 milhões a Marcelo, não está falando de Miller, mas sim de Odebrecht, o empresário preso em Curitiba. Disse também que os áudios não foram entregues por engano ao MPF: ele queria que o conteúdo fosse conhecido. Para desqualificar a credibilidade do que foi mencionado no diálogo entre ele e Saud, disse que era “conversa de bêbados falando que a Coreia do Norte vai invadir os Estados Unidos”. Sobre a citação dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Cármen Lúcia, a presidente da Corte, ele disse que as declarações são genéricas e não os comprometem. Ele pediu desculpas aos ministros por mencioná-los.
A intenção de Joesley revelada nas conversas, na avaliação do MPF, era de acelerar a delação e a obtenção dos benefícios. Em outro trecho da conversa, ele demonstra segurança em não ser preso e pouco temor às autoridades. “Não tem nenhuma chance. Nenhuma chance”, declarou Joesley.
Rodrigo Janot afirmou que a data provável da gravação é 17 de março, quando Miller ainda estava no cargo de procurador da República. Ao ser questionado sobre a participação de Marcelo Miller no acordo de delação premiada, Joesley afirmou que ele “apenas explicou como era a delação” e indicou “como deveriam ser anexadas as provas no processo”. O executivo também negou que o ex-procurador o tenha orientado a gravar o presidente Michel Temer, durante uma conversa no Palácio do Jaburu.
O próximo a prestar depoimento é o ex-procurador da República Marcelo Miller, que vai hoje à sede do MPF no Rio de Janeiro. Ele já disse que “não cometeu qualquer crime ou ato de improbidade administrativa” e que “está à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos”.
Os novos áudios dos delatores da J&F têm ampla repercussão no meio político e jurídico por conta das pessoas envolvidas. Logo surgiram diversos pedidos para que o acordo de delação firmado com Joesley, Ricardo e Francisco sejam revogados. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu rigor na penalidade em decorrência de uma tentativa de omitir provas. “Acho que a decisão do que aconteceu nesta semana vai aprofundando as investigações, vai esclarecendo algumas polêmicas nos próximos dias em relação à delação da JBS. Mas acho que a Procuradoria vai tomar a decisão correta. A procuradoria tem tomado decisões duras. E eu não tenho dúvida nenhuma que, nesse caso específico, eu já disse isso, depois de ouvir os delatores hoje e o ex-procurador amanhã, a PGR vai tomar uma decisão dura, como tomou em outros casos”, disse Maia.
Mal-estar
As novas denúncias causaram grande mal-estar no Ministério Público, por conta da possibilidade do envolvimento de um profissional que já integrou a equipe da PGR. Dentro do órgão, Miller era extremamente respeitado. O presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), José Robalinho Cavalcanti, afirmou que as novas informações não comprometem o trabalho que já foi realizado pelos procuradores no âmbito da Operação Lava-Jato. “Nenhuma instituição está livre de que um representante cometa um equívoco. Nem na Igreja você tem santidade absoluta”, disse.
De acordo com Robalinho, levou-se três anos para criar os acordos de delação premiada, baseados em experimentos internacionais e em pessoas envolvidas em crimes. “O Estado pensou em tudo para se precaver, mesmo em um momento de crise. O resultado é uma legislação benfeita. As provas que foram entregues continuam valendo, enquanto é possível cancelar os benefícios de quem mentiu ou se omitiu”, explicou.
Inquérito
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin mandou à presidenteda corte, Cármen Lúcia, pedido de abertura de inquérito para investigar corrupção passiva e lavagem de dinheiro do presidente Michel Temer em decreto que beneficiou a empresa Rodrimar, que opera no Porto de Santos (SP). O ministro argumentou que é necessário sortear um novo relator para o caso, já que não faz parte da Lava-Jato. O Palácio do Planalto afirmou que não houve privilégio à empresa.
Operador financeiro dos esquemas de corrupção do ex-deputado Eduardo Cunha e do chamado “PMDB da Câmara”, o doleiro Lúcio Funaro revela em detalhes, no acordo de delação, como funcionava a entrega de malas de propina para o ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima. Na edição que começou a circular nesta sexta-feira, VEJA revela com exclusividade os principais trechos do roteiro apresentado pelo doleiro no acordo. Segundo Funaro, em apenas dois anos, 2014 e 2015, Geddel recebeu 11,4 milhões de reais em dinheiro vivo divididos em 11 entregas operadas pelo doleiro. Os pacotes de dinheiro eram levados em um jato particular e entregue ao próprio ex-ministro em um hangar privado do Aeroporto Internacional de Salvador. Funaro também cita entregas em hotéis de São Paulo e da capital baiana. Ele diz ter entregue propina até na festa de 15 anos da filha de Geddel.
“Ao descer do avião (com a mala de dinheiro), era indagado por Geddel a respeito da quantia que estava sendo entregue. Geddel demonstrava naturalidade ao receber os valores”, diz Funaro. “Recorda-se de ter entregue dinheiro para Geddel em São Paulo, no Hotel Renaissense, na Alameda Santos, e uma vez em Salvador, no Hotel Pestana, no dia em que a filha de Geddel estava fazendo uma festa para comemorar seus 15 anos”, complementa o doleiro.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) decidiu que a posse da nova procuradora-geral, Raquel Dodge, será no dia 18 de setembro, às 8h, na sede da PGR em Brasília. Raquel vai substituir Rodrigo Janot, que deixará o cargo após quatro anos na chefia do Ministério Público Federal (MPF).
Inicialmente, a cerimônia estava prevista para começar às 10h30, mas o horário foi alterado para garantir a presença do presidente Michel Temer, que tem uma viagem oficial programada aos Estados Unidos no mesmo dia. De acordo com a procuradoria, a posse será presidida por Temer.
Raquel Dodge foi indicada para o cargo pelo presidente Michel Temer a partir da eleição interna da Associação Nacional dos Procuradores da República, que deu origem à lista tríplice enviada ao presidente para subsidiar sua escolha. Em julho, ela foi aprovada pelo plenário do Senado por 74 votos a 1 e uma abstenção.
Mestre em direito pela Universidade de Harvard e integrante do Ministério Público Federal há 30 anos, Raquel Dodge é subprocuradora-geral da República e atuou em matéria criminal no Superior Tribunal de Justiça.
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