A organização criminosa comandada pelo prefeito afastado do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), teria lucrado pelo menos R$ 53 milhões no esquema de lavagem de dinheiro, afirmou o subprocurador-geral Ricardo Ribeiro Martins, do Ministério Público do estado (MPRJ).
“Apesar de toda a situação de penúria [da prefeitura], que não tem dinheiro nem para o pagamento do 13º [salário], muitos pagamentos eram feitos em razão por conta da propina”, disse o subprocurador-geral, em coletiva realizada no início da tarde desta terça-feira (22/12).
Os investigadores, no entanto, não souberam detalhar como ficou dividido o montante supostamente adquirido de maneira ilegal. “Isso [R$ 53 milhões] foi o arrecadado pela organização criminosa, cujo líder é o Crivella. Quanto foi para cada um, não temos como precisar”, afirmou.
Crivella foi preso nesta manhã. Além do prefeito, outras seis pessoas — entre as quais o empresário Rafael Alves, apontado como o “gerente” do esquema de lavagem de dinheiro — foram alvo de mandados de prisão. Também há um mandado de prisão preventiva expedido contra o ex-senador Eduardo Lopes, mas ele não foi encontrado.
De acordo com o MPRJ, o esquema de propina na Prefeitura do Rio de Janeiro “se esgotaria” com o fim do mandato de Crivella, no próximo dia 31. As supostas tratativas tiveram início ainda durante a campanha eleitoral, em 2016, e miravam as futuras contratações do governo.
Metrópoles