
Vencedor do Oscar na categoria de melhor filme estrangeiro, “Ainda Estou Aqui” foi amplamente celebrado por nomes políticos da base governista, mas recebeu pouca atenção da oposição. Entre as manifestações feitas, há questionamentos sobre o financiamento da obra e a “apropriação” da cultura.
O filme mostra a história de Eunice Paiva após o desaparecimento de seu marido, o ex-deputado Rubens Paiva. Ele foi levado por agentes da ditadura militar e não retornou para casa. A informação é de que ele teria sido assassinado em janeiro de 1971.
O líder do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ), afirmou que “o Oscar vai para o Brasil” e que o país “é um só”. Ele, porém, defendeu que a cultura não tenha um “lado” político. “A cultura é uma política de Estado e não deve ter lado, sendo a Identidade da nossa nação. Não pertence a um grupo político. Não queiram se apropriar”.
“Cultura e política não devem se misturar. Como futebol e política também não. Cultura é de todos. Sem exceção. Do Brasil. De todos os Brasileiros e para todos! Vencemos o Oscar de Melhor Filme Internacional, temos muito a comemorar. Deixemos a política para os políticos e o prêmio do Cinema vai para a nossa cultura e os seus personagens”, publicou no X.
Já o deputado Bibo Nunes (PL-RS) questionou o financiamento do filme, que recebeu apenas recursos privados. “Espero que o filme ‘Ainda Estou Aqui’ não tenha usado verba pública, pois o Diretor Walter Salles é um milionário, graças a sua família. Verba pública deve ser para quem precisa mostrar seu talento e não tem condições financeiras”, apontou.
O deputado Marco Feliciano (PL-SP) indagou se o resultado do Brasil na premiação poderia ter sido diferente “se não tivesse sido tão politizado”.
“O filme brasileiro ‘Ainda estou aqui’, infelizmente perdeu as duas mais importantes e mais esperadas estatuetas: a de melhor atriz e a de melhor filme. Ganhou a estátua de melhor filme internacional. Parabéns à produção e parabéns à atuação. Se não tivesse sido tão politizado, quem sabe não teria levado as demais?”, questionou.
A deputada Carla Zambelli (PL-SP) surfou na onda do Oscar, mas não citou o filme. Ela aproveitou o assunto na noite de domingo (2) para criticar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“O Oscar de pessoa mais sem vergonha do ano irá para lula! É sempre um prazer ver o ‘presidente’ fazendo um excelente trabalho em desperdiçar recursos e deixar o brasileiro na mão. Além da má gestão, da desaprovação crescendo a cada dia, saúde, segurança e situação econômica do povo totalmente debilitadas, Lula é mestre em nos fazer passar vergonha! Isso fica de aviso para avaliarem o trabalho do ganhador desse Oscar!”, escreveu, avisando que o post “contém ironia”.
O Tempo