A defesa do sargento da Polícia Militar, Francisco Rogério da Cruz, e de João Maria da Costa Peixoto, mais conhecido como “João Grandão”, negou que os dois tenham participado do crime que resultou na deflagração da Operação Aqueronte, nessa quarta-feira (20), em Natal. Em entrevista à TV Tropical, a advogada Kátia Nunes e o advogado Rodrigues Barreto falaram sobre o caso.
Os advogados afirmaram que ainda não tiveram acesso ao inquérito policial que resultou nas prisões do sargento Cruz e ainda do policial militar reformado Wendel Lagartixa. No entanto, eles asseguram que as provas apresentadas pela Polícia Civil são frágeis.
“No dia do fato, o delegado diz que o sargento Cruz passou no local para visualizar se eles estavam lá. Isso é uma prova muito frágil, pois o sargento estava de serviço na área. Do jeito que ele passou ali, poderia ser qualquer outra viatura”, afirmou o advogado Rodrigues Barreto.
O defensor ainda destacou que “não há como se imputar responsabilidade a alguém ou prendê-lo com uma alegação dessa”. Segundo ele, o vídeo, por mais que mostre os assassinatos, é uma prova frágil na identificação dos criminosos.
“O vídeo é uma prova frágil, pois nós identificamos três pessoas em ação e ao nosso ver nenhuma delas parece com nossos clientes. Poderia ser qualquer outra pessoa que estivesse lá, com roupas semelhantes ou algo nesse sentido para incriminar alguém”, completou.
A advogada Kátia Nunes endossou a afirmação. “Era impossível indentificá-los porque estavam de capuz, de balaclava. É impossível identificar nessas condições. Vamos exigir que se faça a perícia nesses vídeo para que a gente demonstre a fragilidade dessa prova”, apontou.
A defesa ainda assegurou que os clientes são inocentes. “Nossos clientes são inocentes, certo? Eles dizem que não participaram dos crimes. A Polícia Civil fará seu trabalho e nós, da defesa, faremos o nosso. No momento oportuno, perante o Judiciário, faremos nossos esclarecimentos, e acreditamos que sairá um resultado favorável”, declarou Nunes.
Em relação a João Grandão, a defesa afirmou que ele não está foragido. “Ele não ficou foragido. Nós estamos esperando que o judiciário nos dê acesso ao processo e oportunamente nós vamos nos pronunciar a cerca dessa situação”, finalizou.
O crime
Yago Lucena Ferreira, Rommenigge Camilo dos Santos e Felipe Antoniere Araújo foram mortos na tarde de 29 de abril de 2022, na rua Rio Salgado, no bairro da Redinha, na zona Norte de Natal. Conforme as câmeras de segurança, com imagens divulgadas pela Polícia Civil, os assassinos chegaram em um veículo e realizaram diversos disparos.
Uma das vítimas morreu no local onde estava. Os outros dois tentaram correr, mas foram alcançados pelos atiradores e morreram na hora. Em seguida, o grupo criminoso fugiu. Além dos três óbitos, a Polícia Civil disse que mais três pessoas conseguiram escapar com vida.
Nome da Operação
A operação foi batizada de “Aqueronte” em alusão ao nome da rua em que o crime ocorreu. Segundo a mitologia grega, o rio Aqueronte era utilizado por Carontes, o barqueiro de Hades, que carregava as almas dos recém-mortos sobre as águas dos rios Estige e Aqueronte, que dividiam o mundo dos vivos do mundo dos mortos.
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