Após três dias de uma rara reunião emergencial, a Organização das Nações Unidas (ONU) decidiu punir a Rússia e seu presidente, Vladimir Putin, pela invasão e bombardeios na Ucrânia. Dos 193 países, 141 votaram a favor, cinco contra e 35 se abstiveram. Eram necessários dois terços para a aprovação.
No sexto dia de ataques, Kiev, capital e coração do poder, e Kharkiv, segunda maior cidade ucraniana, estão sob forte bombardeio. Civis foram alvejados pelas tropas russas.
Os representantes diplomáticos voltaram a se reunir durante esta quarta-feira (2/3) na sede da ONU, em Nova York, após um revés contra a Rússia no Conselho de Segurança da entidade e uma reunião da Assembleia Geral. O encontrou começou ainda na segunda-feira (28/2).
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, após a aprovação, fez um breve pronunciamento. “O mundo estava se recuperando da Covid-19”, iniciou ao lamentar o conflito. “A nossa tentativa é de generosidade. Continuo fazendo tudo ao meu alcance para que se consiga a paz. O mundo todo exige essa paz”, salientou.
O embaixador da Ucrânia na ONU, Sergiy Kyslytsya, antes da votação, defendeu a aprovação. “Os crimes da Rússia são bárbaros e difíceis de entender”, afirmou.
O embaixador da Rússia na ONU, Vasily Nebenzya, voltou a dizer que os ataques contra a Ucrânia são uma tentativa de defender a população do país. O diplomata disse que países do Ocidente estão sendo pressionados para votarem punições contra o país.
“Estamos tentando terminar a guerra de oito anos”, disse, se referindo aos conflitos iniciados em 2014, após a Rússia anexar a Crimeia ao seu território.
Vasily Nebenzya ainda disse que as tropas russas estão livrando o povo ucraniano e o mundo do neonazismo. “A operação é o caminho da liberdade para a Ucrânia”, finalizou.
Metrópoles