O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou nessa segunda-feira (7) que o governo já tem “no radar” um país de onde poder ter partido o óleo que atinge as praias do Nordeste brasileiro desde o início de setembro.
“É complexo, existe a possibilidade, temos no radar um país que pode ser da origem do petróleo, e continuamos trabalhando da melhor maneira possível para dar uma, não só uma satisfação à sociedade, bem como colaborar na questão ambiental”, disse o presidente ao deixar o Ministério da Defesa, onde participou de uma reunião para tratar do tema no fim da tarde desta segunda.
Questionado sobre qual seria o país, Bolsonaro pediu desculpas e disse que não poderia revelá-lo.
A reportagem apurou que análises feitas pela Petrobras apontaram a Venezuela como provável origem do petróleo. A estatal realizou uma série de testes bioquímicos em amostras coletadas nas praias e, oficialmente, afirmou apenas que não era óleo produzido no Brasil.
Em relatório sigiloso ao Ibama, porém, a estatal enviou resultado de análise comparativa com o petróleo venezuelano, que tem características diferentes das encontradas no brasileiro. A conclusão reforça a suspeita de que o óleo que chegou às praias do Nordeste tenha vazado de algum navio.
No começo de setembro, manchas de óleo começaram a aparecer em praias do Nordeste.
De lá para cá, as manchas foram identificadas em pelo menos 109 locais de 50 municípios em oito estados: Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe.
Entre as praias atingidas estão alguns dos destinos turísticos mais famosos do Nordeste, como Pipa e Natal, Carneiros, Porto de Galinhas e Boa Viagem (PE), e João Pessoa (PB).
A fauna também foi afetada pela presença do óleo. Em quatro estados, foram encontradas mortas seis tartarugas marinhas e uma ave (Bobo-pequeno). Outras três tartarugas foram resgatadas com vida.