Laboratórios da França e da Noruega vão receber amostras do petróleo que vazou no Nordeste para que sejam identificadas suas características e origens. O trabalho está sendo coordenado pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), representante de grandes petroleiras.
A ideia é corroborar o trabalho feito por pesquisadores brasileiros, que identificaram o óleo como sendo venezuelano. “Nada melhor para fazer uma defesa internacional do que ter laboratórios internacionais fazendo a mesma análise”, disse o presidente do IBP, José Firmo, na OTC 2019. O governo brasileiro recorreu à Organização dos Estados Americanos (OEA) para cobrar manifestação da Venezuela.
A visão do IBP é que a Petrobrás foi a única petroleira a participar efetivamente do trabalho de resgate do óleo, com o envio de pessoas e equipamentos, porque tem uma atuação mais forte no Nordeste do que qualquer outra petroleira. Reconhece, porém, que esse vazamento nada tem a ver com a produção no Brasil.
“Numa crise dessa, é necessário velocidade e capacidade humana. Precisa de muito recurso. Estamos num momento de transição em que o Brasil está deixando de ser só da Petrobrás para ser de várias empresas. Mas hoje quem está no Nordeste fisicamente, quem tem a grande massa crítica de operação no Nordeste é a Petrobras”, disse Firmo.
Além de mandar amostras do óleo para o exterior, o IBP contribuiu com um banco de dados das praias atingidas, entregue à Marinha.
Derramamento não afeta imagem do governo, diz ministro
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse não ver prejuízos políticos ao governo federal por causa do derramamento de óleo que atingiu praias do Nordeste. Da mesma forma, disse não haver “relação de causa e efeito” entre o acidente ambiental e os leilões de áreas de pré-sal que acontecerão na semana que vem. Em sua opinião, as “perspectivas são muito positivas” para as licitações.
“No final das contas, o que vai mostrar, além das lições aprendidas, é que o governo foi efetivo no combate e na mitigação dos danos causados ao meio ambiente e atividades econômicas”, afirmou Albuquerque, após participar da abertura do congresso e feira OTC 2019, no Rio.
Diário de Pernambuco