Por Joaquim Pinheiro
As oligarquias do Rio Grande do Norte poderão ter uma sobrevida após o governo Fátima Bezerra. O ciclo oligárquico do Estado foi interrompido com a ascensão da petista ao Poder na eleição de 2018, oportunidade em que ela derrotou o então candidato Carlos Eduardo, que é um dos integrantes da família Alves, e que foi deputado estadual e prefeito da capital duas vezes, e o então governador Robinson Faria.
Essa é a primeira vez que acontece isso em 60 anos de revezamento no Poder das famílias Alves, Maia, Mariz, Rosado e agregados. Não se sabe, entretanto, se o ciclo das oligarquias no Rio Grande do Norte chegou ao fim.
A hegemonia da petista no Poder parece ser efêmera, já que ela enfrenta dificuldades e não se encontra bem nas pesquisas de opinião pública. A sua “grande obra” tem sido pagar os salários do funcionalismo em dia, que na verdade é uma boa ação, mas não é obra nenhuma, e sim, uma obrigação de qualquer governante.
Um provável insucesso do governo do PT para o Governo do Estado em 2022 pode significar uma sobrevida para as oligarquias do Rio Grande do Norte, mas para que isso ocorra é preciso surgir uma nova liderança com sobrenome Alves, Maia ou Rosado, o que está sendo bastante difícil.
Se não surgir, realmente as oligarquias poderão desaparecer definitivamente do cenário político do Estado. A última eleição já sinalizou para isso com as surpreendentes derrotas de Garibaldi Filho para o Senado e José Agripino para a Câmara Federal. O grande desafio das famílias tradicionais é descobrir um nome que assuma essa liderança.
Do lado da família Alves tem o deputado Walter que parece não ter ainda assumido esse comando na sua plenitude, além do jovem Felipe, que é um bom vereador, mas ainda condicionado aos mistérios da política que ninguém entende.
Na família Maia a esperança era o também talentoso jovem Felipe, filho do ex-senador José Agripino, que foi deputado federal, teve seu nome citado para prefeito de Natal em algumas oportunidades, a exemplo de Walter, mas abandonou a vida pública para se dedicar a iniciativa privada.
O futuro político das oligarquias no Rio Grande do Norte é realmente uma incógnita.
Joaquim Pinheiroé jornalista profissional
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