A vereadora Teresa Bergher (PSDB) prepara um novo pedido de impeachment do prefeito Marcelo Crivella (PRB) e quer protocolar o documento na Casa já nesta terça-feira, 3 — mesmo correndo o risco de ser impedida de votar caso o plenário seja convocado a decidir se aceita a denúncia, como já aconteceu com Átila Alexandre Nunes (MDB).
A bélica baseia o documento nas investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro: o órgão apura a existência de um suposto “QG da propina” na prefeitura, comandado por Rafael Alves, irmão do presidente da Riotur.
O procedimento foi instaurado depois que o doleiro Sérgio Mizhay, preso pela operação Câmbio, Desligo no ano passado, fechou uma colaboração premiada, homologada pelo Tribunal de Justiça do Rio.
“É caso para abertura de processo de impeachment. Não é hora para o Legislativo silenciar. Sempre ouvíamos comentários da influência do irmão do Marcelo Alves na prefeitura. Inclusive havia o boato de que ele tinha sala dentro da Riotur, de onde despachava seus negócios”, diz ela.
Se o presidente da Casa, Jorge Felippe (MDB), levar o caso ao plenário, será a terceira vez neste mandato que os nobres votam pela abertura ou não de processo.
A primeira denúncia, rejeitada, foi protocolada depois do encontro entre o prefeito e líderes evangélicos, no qual foram oferecidas cirurgias de catarata e ajuda na isenção de IPTU a templos. Já a segunda seguiu adiante, e uma comissão de impeachment foi constituída. No final, entretanto, a comissão se posicionou contra a responsabilização de Crivella na renovação do contrato de concessão do mobiliário urbano para agências de publicidade.
Propina
A investigação tem como base a delação premiada do doleiro Sérgio Mizhay, preso na operação Câmbio, Desligo. Segundo a colaboração, o empresário Rafael Alves, irmão do presidente da Riotur, Marcelo Alves, seria o operador do suposto esquema no município do Rio.
Mizhay disse em depoimento, que Rafael Alves tornou-se um homem de confiança de Crivella por ter ajudado a viabilizar a doação de recursos de empresas e pessoas físicas na campanha de 2016.
“Rafael Alves viabiliza a contratação de empresas para a prefeitura e o recebimento de faturas antigas em aberto, deixadas na gestão do antigo prefeito Eduardo Paes, tudo em troca do pagamento de propina”, diz Mizhay na delação. A colaboração premiada foi homologada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio, e ratificada pela desembargadora Rosa Maria Helena Guita, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
Com informações: Extra